Nesta terça-feira (20), a Nasa deu aval ao time de cientistas responsáveis pela missão ao oceano da lua Europa, um dos satélites gelados de Júpiter, para a fase final de design e construção da aeronave. O objetivo é chegar ao satélite do planeta gigante, considerando um ponto importante sobre a possibilidade de vida extraterrestre. Acredita-se que, sob sua camada gelada, Europa tenha um corpo d’água de 170 km de profundidade, que talvez possa conter condições adequadas para desenvolvimento biológico.
A missão Europa Clipper busca investigar se o satélite possui condições adequadas para abrigar vida, o que pode aprimorar os conhecimentos da Nasa sobre a astrobiologia. Além disso, o objetivo é confirmar se as interações gravitacionais com Júpiter geram forças de ondas e calor, responsáveis por manter líquido o oceano lunar. Esse aquecimento talvez, inclusive, cause uma vazão vulcânica no leito da lua – e, ao menos na Terra, esse sistema de vazão permite uma variedade de formas de vida.
Prevista para ser lançada em 2025, a Europa Clipper agora ultrapassa o estágio chamado de “Ponto-chave Decisório C”, considerado crucial para alcançar o estágio de lançamento. “Estamos animados com a decisão, que coloca a missão Europa Clipper um passo mais perto de desvendar os mistérios desse mundo oceânico”, afirma Thomas Zurbuchen, administrador-associado do projeto na Nasa.
Longe da radiação
As décadas de paralisia da missão nos escritórios da Nasa não aconteceram por acaso. O caminho orbital da Europa a leva por cinturões de radiação intensa que se situam ao redor do planeta gigante. Essa radiação seria capaz de destruir componentes eletrônicos, limitando, assim, a duração das missões a meses ou a poucas semanas.
Por isso, em vez de orbitar Europa, a espaçonave vai fazer diversos voos próximos a essa lua, para reduzir sua exposição às partículas energéticas do campo magnético de Júpiter. Ela estará carregada de instrumentos científicos, como câmeras e medidores para imagens de alta resolução, um magnetômetro para medir a força e direção do campo magnético (o que dará pistas sobre a profundidade e salinidade do oceano de Europa) e um radar de penetração no gelo. Cientistas ainda querem fazer com que a água destes oceanos suba até a superfície.
Os primeiros esboços das missões para explorar Europa foram concebidos na década de 1990, na época em que dados da espaçonave Galileo ajudaram a reunir indícios de um oceano subterrâneo. Até hoje, no entanto, as propostas de exploração acabaram frustradas.
Fonte: BBC
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