“Governo deve fiscalizar, mas quem desmata são empresas”, diz Trajano

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Sob pressão nacional e internacional pelo aumento das queimadas na Amazônia, empresas precisam assumir um papel mais firme em lutar contra o desmatamento, buscar fornecedores sustentáveis e se esforçar por temas sociais, afirma Frederico Trajano, presidente da varejista Magazine Luiza.

“Na questão da Amazônia, quem desmata e compra produtos de quem desmata é a iniciativa privada. Mais empresas pequenas que as grandes, mas é a iniciativa privada. Antes de criticar, precisamos dar exemplo. O governo não desmata, fiscaliza. Se está pecando na fiscalização, isso precisa ser comentado, mas temos que assumir nossa responsabilidade como iniciativa privada nesse problema”, diz.

O executivo participou do EXAME Fórum, em São Paulo, cujo tema é como recuperar o foco no desenvolvimento, ao lado do presidente do conselho do frigorífico BRF, Pedro Parente. A responsabilidade de promover crescimento econômico, investimento e sustentabilidade deve ser assumida pelas empresas, de acordo com os executivos.

“Hoje não é mais tolerado que as empresas desconheçam sua responsabilidade social”, afirma Parente. Segundo ele, a busca por sustentabilidade e questões sociais deve estar integrada na atuação das empresas.

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Ele mencionou a iniciativa Business Roundtable, organização que reúne 181 presidentes das maiores empresas dos Estados Unidos. Há algumas semanas, as empresas divulgaram um comunicado para anunciar uma mudança radical na visão das empresas. Ao invés de buscar favorecer apenas os acionistas, as companhias devem beneficiar também funcionários, clientes, consumidores e a sociedade. 

Para Trajano, a responsabilidade social das empresas também ajuda a atrair e reter funcionários. Segundo ele, os temas sociais são importantes principalmente para os profissionais mais jovens, que estão chegando ao mercado de trabalho e escolhem a empresa em que trabalhar pelo seu papel social. “Se não for pela vocação, que a visão da empresa exista para manter essas pessoas excepcionais”, diz.

Empresas e fornecedores brasileiros estão sob pressão por conta das queimadas na Amazônia. Os incêndios na floresta amazônica podem acabar penalizando decisões de investimento no mercado acionário da maior economia da América Latina, segundo o JPMorgan. O banco disse que possíveis sanções e restrições comerciais representam riscos para as empresas brasileiras.

A gigante da moda H&M, assim como várias marcas de vestuário, como Timberland, Vans e Kipling, de propriedade do grupo americano VF Corporation, anunciaram temporariamente a suspensão de suas aquisições de couro do Brasil, em resposta à onda de incêndios na Amazônia.

De acordo com Parente, a BRF rastreia seus fornecedores e concentra sua produção nas regiões do Centro-Oeste e Sul do país. “Precisamos demonstrar que nós somos os primeiros a valorizar nosso capital ambiental e queremos preservar a Amazônia”, diz. 

Papel do governo

Além das questões sociais, para Trajano, a classe empresarial precisa assumir mais responsabilidade também pelo desenvolvimento econômico. No passado, diz ele, o crescimento veio de incentivos governamentais, de estatais e de empresas privadas que fornecem para o setor público. Agora, o momento é da iniciativa privada, diz. 

De acordo com Parente, o papel do governo de Bolsonaro é de criar uma agenda consistente para incentivar o desenvolvimento econômico. “O governo tem nas mãos uma chance única de dar um salto no desenvolvimento, mas não vemos consistência nas políticas fora da área econômica. Essa falta de consistência pode impedir o desenvolvimento”, diz Parente.

Capital estrangeiro

A saída de capital estrangeiro bateu recordes este ano e é a maior desde 1996. Para os empresários, a fuga do investimento estrangeiro não tem relação com escândalos do governo executivo. Para eles, o Brasil está fora do foco da pauta internacional, que está mais voltada para a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

Para Trajano, a fuga de capital estrangeiro não deve afetar o Magazine Luiza ou outras empresas. “No momento, dependemos menos dos estrangeiros para levantar capital”, afirma.

“Não vejo uma redução do entusiasmo estrangeiro com o que está acontecendo no Brasil”, afirma Parente. De acordo com ele, investidores estrangeiros de private equity estão de olho das startups brasileiras e com o aumento do empreendedorismo do país.

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