Athletico-PR x Rayo Zuliano: Por que clubes surgem e desaparecem do nada na Venezuela

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O futebol venezuelano é historicamente o mais fraco dentre os países filiados à CONMEBOL. E isso não se deve apenas à crise econômica e política do país nos últimos anos, tem também um forte lado cultural, já que o ‘Balompié’ (futebol, em espanhol) não é o esporte mais popular por lá.

Apesar disso, tem havido evolução na revelação de jogadores que hoje se espalham por várias ligas mundo afora. A seleção atual sonha inclusive com sua primeira participação em uma Copa do Mundo pois começou bem as eliminatórias e tem conseguido lotar o estádio que escolheu como sede.

Esta melhora, no entanto, não se vê nos clubes que disputam a Libertadores ou a Sul-Americana, nas quais, invariavelmente, os times venezuelanos são eliminados precocemente.

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Que o investimento é pequeno e não há grande infraestrutura, todo mundo sabe. Mas um outro fenômeno do futebol venezuelano dificulta a afirmação de agremiações em nível local e internacional.

É a enorme fragilidade institucional dos clubes. É muito comum que times desapareçam repentinamente e outros brotem do dia para a noite na divisão principal e nas competições da Conmebol. Como é muito difícil pagar as contas, inúmeros times se afogam em dívidas e fecham as portas. Ou vendem seus direitos esportivos para saldar a dívida com os credores.

O Deportivo Rayo Zuliano, que nesta terça-feira (9) enfrenta o Athletico-PR na Ligga Arena às 21h30 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo pela ESPN no Star+, naquele que será apenas seu primeiro jogo fora do país, é um destes casos.

O clube foi criado em 2005, mas não obteve bons resultados e interrompeu as atividades em 2009. Dez anos depois, um trio de empresários do qual faz parte um deputado chamado Fidel Madroñero iniciou um projeto esportivo em Maracaibo, que tem claras intenções políticas, e decidiu resgatar o nome do Rayo.

Para entrar no campeonato nacional, eles compraram os direitos esportivos de um time da segunda divisão, o Atletico Furrial, e iniciaram as suas atividades. Depois, arrendaram o Estádio Pachencho Romero, que estava abandonado pelo governo, e o reformaram. O passo seguinte foi adquirir o outro clube da cidade, o Zulia FC, que era de propriedade de César Farias, ex-técnico da seleção venezuelana e hoje no América de Cali-COL.

Pagando cerca de duzentos mil dólares, o Rayo passou a ter vaga na primeira divisão local – atualmente, é o 12º colocado entre 14 participantes, com 6 pontos ganhos em 11 partidas. Em três anos, o projeto ganhou selo internacional.

O Zulia FC era o projeto de clube mais duradouro da cidade de Maracaibo – existia há 17 anos.

Outros tantos duraram menos tempo.

Hoje, a primeira divisão é liderada pela Universidad Central da Venezuela (UCV), um clube antigo de Caracas, capital do país, que estava na terceira divisão até que foi comprado por empresários e subiu rapidamente. Há vários outros times recém-chegados à elite do futebol da terra de Simón Bolívar: Angostura, Inter Barinas e Metropolitanos, por exemplo. Enquanto isso, times que recentemente estiveram na Libertadores desapareceram, caso do Deportivo Lara.

Ainda existem os clubes grandes, como Táchira e Caracas, que se mantêm firmes. Mas o Zamora, do irmão de Hugo Chávez, fez sucesso há pouco e tempo e hoje é vice-lanterna. Só está à frente do Estudiantes de Mérida, que completa cinquenta anos de uma rara resistência na última posição da tabela. São as idas e vindas de um futebol pouco enraizado e, portanto, sujeito às investidas políticas e aventuras comerciais.

Onde assistir a Athletico-PR x Deportivo Rayo Zuliano?

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