Uma equipe de cientistas está empreendendo um projeto ambicioso: “ressuscitar” o tigre-da-tasmânia, ou tilacino (Thylacinus cynocephalus), um predador listrado que reinou sobre as planícies australianas antes de ser extinto há quase 100 anos.
Apesar de seu nome popular, esta espécie não tinha parentesco próximo com os tigres, já que não era um felino, mas um marsupial, uma subdivisão dos mamíferos que inclui os cangurus e os coalas. Sua característica mais importante é o fato de as fêmeas possuírem uma bolsa externa com glândulas mamárias onde os filhotes recém-paridos completam o seu desenvolvimento antes de adentrar o mundo.
O grupo de pesquisadores envolvido no projeto pretende utilizar células-tronco da espécie viva mais próxima ao tigre-da-tasmânia, um marsupial carnívoro chamado ‘dunnart’ que é do tamanho de um camundongo. Em seguida, através da engenharia genética, eles planejam comparar amostras do genoma de um fóssil de tilacino e modificar a estrutura genética do dunnart DNA para atingir a composição mais fiel possível à do tigre-da-tâsmania. Isso representaria um avanço e tanto para a tecnologia de edição de genes.
Por fim, apesar da diferença de tamanho entre os dois animais – o tilacino tinha a altura de um coiote -, os cientistas farão com que uma fêmea dunnart desempenhe o papel de mãe substituta ao tigre-da-tasmânia durante os estágios iniciais de sua vida. Isso será possível porque todos os marsupiais dão luz à filhotes tão pequenos como um grão de arroz.
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Andrew Pask, professor que lidera o projeto na Universidade de Melbourne, na Austrália, acredita que em 10 anos poderemos conhecer o primeiro filhote de tilacino a pisar na Terra em quase um século.
O projeto é uma parceria entre a universidade e a empresa norte-americana Colossal Biosciences, que está envolvida em outro projeto ousado: trazer de volta à vida o mamute lanoso.
Da natureza aos livros de história
Antes uma espécie bem consolidada na Austrália, o número de tigres-da-tasmânia caiu drasticamente quando os primeiros humanos pisaram no continente há cerca de 65 mil anos. Alguns milênios depois, navegantes austronésios trouxeram uma espécie de cão selvagem chamado ‘dingo’, que ocupou o nicho ecológico dos tilacinos e fez com que eles, por fim, desaparecessem do continente, ficando restritos à ilha da Tasmânia.
Na ilha, eles posteriormente foram caçados até a extinção por colonizadores europeus. O último espécime de tigre-da-tasmânia morreu em cativeiro no Zoológico de Hobart, na Austrália, em 1936.
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Realidade ou delírio?
Para muitos especialistas, o projeto de “desextinção” do tilacino, assim como de outras espécies, simplesmente não é factível.
“É uma ciência de conto de fadas”, declarou Jeremy Austin, professor do Australian Centre for Ancient DNA. “Trata-se mais de chamar a atenção da mídia para os cientistas e menos sobre fazer ciência séria”.
O professor Tom Gilbert, da Universidade de Copenhague, também é cético. Segundo ele, recriar o genoma completo de um animal extinto através de fósseis é extremamente difícil, e garante que faltarão algumas informações genéticas importantes, de modo que a equipe envolvida não conseguirá recriar um tigre-da-tasmânia, mas uma espécie híbrida, uma forma alterada de talacino.
Gilbert acrescenta que existe uma grande possibilidade de esse híbrido apresentar problemas de saúde e que não consiga sobreviver na natureza sem a ajuda de humanos.
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