Quem vai roer o osso da Oi

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Nas últimas semanas, os telefones do CEO da Oi, Rodrigo Abreu, não pararam de tocar. Conforme avança o plano de recuperação judicial, mais companhias aparecem para levar os principais ativos da companhia de telecom, os quais podem fortalecer em muito os eventuais vencedores dos leilões. As duas maiores joias da coroa, a Oi Móvel e a Infra Co., devem arrecadar mais de 25 bilhões de reais e cobrir parte da dívida que a empresa possui. Além disso, outros segmentos, o de torres e o data center, devem elevar ainda mais o total.

Brigam pelas fatias as principais companhias de telecomunicações do país, Vivo, Claro, Tim e até a Algar, mas também bancos e fundos como o BTG Pactual e o Digital Colony. Os ativos são valiosos, algo que ninguém nega, afinal a Oi ainda é a quarta maior telecom do país. E chegou a ser a primeira. Contudo, as vendas serão a parte fácil do processo de desmanche da Oi. O que realmente trará dores de cabeça será o que sobrar, o osso, depois que as companhias comerem a carne. E o osso, ninguém quer comprar.

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A Oi possui um dos maiores passivos do setor devido a sua infraestrutura ser praticamente toda do governo. Fruto da fusão da Telemar e da Brasil Telecom — duas empresas nascidas da privatização da Telebrás —, a Oi tem mais de 18 bilhões de reais de chamados bens reversíveis, segundo dados de 2018 da Anatel. Esses ativos são bens como prédios, cabos, equipamentos de informática que deveriam voltar para a União após o fim da concessão. Foi um dos poucos equívocos cometidos na época da privatização e estava por ser corrigido ao trocar o regime de concessão para autorização, num processo que estava próximo de ser resolvido em 2016. Veio a recuperação judicial da Oi e isso tudo foi abortado.

Parte desses bens serão adquiridos pelos compradores da Oi Móvel, da Torres, do Data Center e da Oi Infra. Contudo, uma miríade de edifícios abandonados, esqueletos, orelhões públicos depredados ficarão para a posteridade como símbolo de uma empresa falida. Ninguém os quer e a Oi nem tentará vender. Não é segredo dentro da companhia que o futuro dela, sem receitas, será um pedido de falência.

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Segundo um executivo que deixou a companhia após a nomeação de Rodrigo Abreu como CEO, o caso remete ao processo de falência do Grupo Bloch, dono da Rede Manchete, ainda nos anos 1990. A companhia vivia uma severa crise financeira — pior que a Oi, pois a lei de recuperação judicial é de 2005 —, segmentou as empresas para terem suas vendas facilitadas a diversos grupos, mas as dívidas continuaram sob o controle do Grupo Bloch, que pediu falência após a venda dos ativos. Ou seja, quem vai roer o osso da Oi será o governo e, no limite, o seu financiador: o contribuinte brasileiro.



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