Morre Gervásio Baptista, o ‘fotógrafo dos presidentes’

RIO —Faleceu nesta sexta-feita, aos 95 anos, o fotógrafo Gervásio Baptista, autor da icônica imagem que mostrou o então presidente Juscelino Kubitschek, em 1960, erguendo sua cartola tendo ao fundo Brasília, a capital federal que construiu. Gervásio, que ganhou a alcunha de “fotógrafos dos presidentes”, capturou imagens dos chefes de Estado por mais de seis décadas, de Getúlio Vargas a Luiz Inácio Lula da Silva.

Natural de Salvador (BA), Gervásio se mudou para o Rio de Janeiro para trabalhar como fotógrafo a pedido de Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados. O baiano trabalhou nas extintas revistas Cruzeiro e Manchete e para os presidentes Tancredo Neves e José Sarney.

Gervásio também foi autor da última imagem de Tancredo, ladeado por médicos durante a internação no Hospital de Base. Eleito em 1985, Tancredo morreu antes de tomar posse.

Além da destacada atuação como fotojornalista político no Brasil, Baptista rodou o mundo. Fez coberturas da Revolução Cubana — quando fotografou Fidel Castro e Che Guevara —, da Revolução dos Cravos e até da Guerra do Vietnã. Em outras áreas, fotografou 16 concursos de Miss Universo e sete Copas do Mundo.

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Aristides Baptista, filho do fotógrafo, define Gervásio como um pai “bacana” que conseguia traduzir épocas em suas fotos.

— Aquela imagem que ele conseguiu captar de Juscelino ficou marcada na história — lembrou.

Além de Aristides, que mora em Salvador, o “fotógrafo dos presidentes” deixa outros dois filhos, Júlio e Selina Baptista, que moram na capital federal.

Orlando Brito, fotógrafo amigo de Gervásio, registrou numa rede social que o soteropolitano se tornou “uma lenda da fotografia, numa bela carreira no jornalismo que construiu clic a clic, com fotos que marcaram a história do Brasil”.

De acordo com o lar para idosos em que morava, localizado em Vicente Pires, cidade ao lado de Brasília, a morte ocorreu por causas naturais.