Lembre dez momentos em que bancos deram apoio a times no Brasil

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No fim de janeiro, o Banco BMG foi anunciado como novo patrocinador máster do Corinthians. Já na semana passada, o Cruzeiro apresentou o Banco Renner como principal patrocinador. A Raposa vai estampar a marca Digi+, um produto digital de seu novo parceiro. Por fim, o Vasco acertou no último fim de semana com o BMG, que também será parceiro máster do Cruz-Maltino. Ambos os patrocínios mantêm uma tradição de bancos apoiarem clubes do Brasil.

Desde o patrocínio pontual do Banco Nacional para Vasco e Fluminense nas finais do Brasileiro de 1984, passando pelas lembranças dos bancos Credireal e Agrimisa pela camisa do Atlético-MG nos anos 80 e 90, a relação dos clubes com instituições são longas. O LANCE! traz o que algumas destas memórias deixaram ou continuam a deixar nos gramados do país.

EXCEL-ECONÔMICO – 1997/1998

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Banco formou bons times no Corinthians, Vitória, América-MG e Botafogo, mas faliu pouco depois (Reprodução)

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Cerca de um ano após a criação do Excel-Econômico (no qual o Banco Excel incorpora o liquidado Econômico), o banco investe de maneira curiosa nos clubes. Como patrocinador de Corinthians, Vitória (que anteriormente tivera o patrocínio do Banco Econômico) e América-MG, o Excel-Econômico não se resume a aportes financeiros: o patrocínio contribui para contratar jogadores.

É assim que passam pelo Corinthians nomes como Túlio Maravilha, Fábio Augusto, Donizete e André Luiz em 1997. No ano seguinte, ainda desembarcam jogadores que são decisivos no elenco campeão brasileiro de 1998: Gamarra, Edílson e Vampeta. Além disto, o Timão recebe um aporte financeiro de R$ 12 milhões (em uma parcela de R$ 5 milhões e outra de R$ 7 milhões). Também são criados incentivos em agências bancárias, como cartões de crédito e talões de cheque com temas do Corinthians.

No Vitória (time de coração de Antônio Carlos Magalhães, senador que à época deu apoio para a incorporação do Banco Excel ao Econômico no Banco Central), o Excel-Econômico também alia aporte financeiro de R$ 1,6 milhão a contratações de estrelas. O clube confirma o retorno de Bebeto ao Barradão, contrata Túlio Maravilha (então insatisfeito no Corinthians) e traz um jogador estrangeiro que dá o que falar: Petkovic, sérvio que se destaca por seus passes e pelas cobranças de falta. O time é campeão baiano e da Copa do Nordeste.

Mesmo na Série B, o América-MG é outro time a receber um investimento acima de seus padrões logo em seu primeiro ano de patrocínio. No Coelho, chegam jogadores rodados como Pintado, Tupãzinho e Marco Antônio Boiadeiro e, após percalços na Copa do Brasil e no Estadual, a equipe consegue um grande feito: além do acesso, vem o primeiro título na competição.

Já para o ano de 1998, o Excel-Econômico promove uma situação bem curiosa: jogadores migram de um clube que é seu “cliente” para o outro. Com a confirmação do Botafogo como seu novo patrocinado, Bebeto desembarcou em General Severiano e, ao lado de outros contratados pela empresa, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo.

Mesmo trazendo alguns bons momentos, a empreitada não foi duradoura: o Excel-Econômico faliu ainda em meados de 1998 e acabou vendido para o Banco Bilbao-Vizcaya. 

BANK OF AMERICA – 1998/2001

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Investidor americano garante títulos e contratações, mas rende dívida ao Vasco (Reprodução)

Ao completar 100 anos de sua fundação, o Vasco ganha uma parceria de peso: o Bank Of America. O banco americano (que não estampa sua marca) aplica R$ 70 milhões para explorar, durante dez anos, a imagem do Cruz-Maltino.

A parceria rende cinco títulos e a chegada de grandes nomes para o clube da Colina. A equipe ganha de cara sua inédita Libertadores e um Carioca com a chegada da dupla Donizete e Luizão em 1998.

No ano seguinte, chegam Zé Maria, Guilherme, Viola e Gilberto e um Torneio Rio-São Paulo. Além disto, Edmundo é repatriado.

Já para 2000, Romário volta para a disputa do Mundial de Clubes, além de chegarem nomes como júnior Baiano, Jorginho, Euller e Juninho Paulista. Mas a “conta” das contratações vem em fevereiro de 2001: o Vasco rompe com o Bank Of America, atolado em dívidas. O banco se arrepende de investir no futebol.

BANRISUL – 2001 até os dias de hoje

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Logotipo do Banrisul ‘muda de cor’ para patrocinar do Inter. Tudo para manter-se patrocinadora da dupla Gre-Nal (Foto: Divulgação)

Desde 2001, o Banrisul consegue um feito raro no futebol gaúcho: fazer parte das camisas de Grêmio e Internacional. O banco estatal dá R$ 13 milhões para a dupla Gre-Nal.

A empresa, que é do Rio Grande do Sul, dá aval a uma medida curiosa (já feita anteriormente pela Coca-Cola na Copa União de 1987): muda suas cores de acordo com a empresa. Embora seu logotipo seja de fundo azul, ela permite ter fundo vermelho ou branco na camisa do Inter.

BANIF – 2007/2013

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Banif: patrocínio ajuda Portuguesa, mas termina em investigação forte (Foto: Divulgação)

A Portuguesa também tem aporte financeiro de um banco, mas de uma forma diferente. Graças a Júlio Teixeira, conselheiro do clube e presidente do Banif do Brasil, o banco (que tem origem em Portugal) se responsabiliza por pagamento de contas, credores e banca a temporada do clube.

O Banif segue como patrocínio em dois bons momentos recentes (na equipe que tinha Ricardo Oliveira e na equipe campeã da Série B conhecida como “BarceLusa”).

No entanto, o fim de parceria é polêmico: o Banif cobra o então presidente Manuel da Lupa, por empréstimos contraídos por ele e por terceiros, hoje estipulados em R$ 22 milhões. Como o banco português quebrou em 2015, as movimentações seguem investigadas e colocam os repasses à Portuguesa sob suspeita.

BANCO PANAMERICANO – 2009/2010 E BANCO PAN – 2013

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Braço financeiro de Silvio Santos estampou sua marca enquanto o Corinthians teve nomes como Ronaldo e Roberto Carlos (Foto: Fernando Roberto/Lancepress!)

Prestes a disputar as finais do Paulistão de 2009, o Corinthians sacramentou um patrocínio pontual com o Banco PanAmericano. O braço financeiro do Grupo Silvio Santos inicialmente desembolsa R$ 150 mil para estar na camisa do clube e também dos calções nos dois jogos diante do Santos. O Timão sagra-se campeão paulista

O acordo se estende para o decorrer do ano (quando os corintianos vencem a Copa do Brasil) e prosseguiu em 2010. No ano do centenário do clube, é selado um acordo de renovação por R$ 7 milhões e desembarcam no Parque São Jorge nomes como Roberto Carlos, Tcheco, Danilo e Ralf.

Porém, sobram frustrações. A equipe cai ainda no mata-mata da Copa Libertadores, diante do Tolima-COL e, para completar, termina o centenário de mãos abanando. Para completar, devido a uma forte crise financeira que atravessa, o Banco PanAmericano deixa de patrocinar o clube.

Já “rebatizado” como Banco PAN, a financeira de Silvio Santos teve breve volta ao futebol, como patrocínio pontual. Na final do Paulistão de 2013, estampou sua marca na parte superior das camisas de Santos e Corinthians.

BANCO BONSUCESSO – 2009

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Banco mineiro patrocinou o Cruzeiro por alguns meses (Vipcomm / Divulgação)

Em junho de 2009, outra instituição financeira investe no futebol brasileiro. O Banco Bonsucesso acerta acordo para ser o patrocínio máster do Cruzeiro. Os valores não são divulgados na época, mas especula-se que, até o fim do ano, o clube celeste receberia R$ 5 milhões.

O vínculo chega ao final em dezembro, porque, segundo o então mandatário Zezé Perrella diz à época, o Banco Bonsucesso não manifesta interesse de renovação. Curiosamente, entra no lugar outro banco: o BMG.

O Bonsucesso voltaria a ter uma parceria com o Cruzeiro em 2013, mas em uma ação para que os próprios torcedores ajudassem o clube a captar recursos. 

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – 2013 até os dias de hoje

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Caixa deixou o futebol após entrada de Bolsonaro (Montagem: Lance!)

No ano de 2013, a Caixa entrou no futebol brasileiro em grande estilo. Com acordos renovados a cada ano, ela esteve como patrocinadora máster de 15 clubes. O Flamengo chegou a ficar como líder entre os clubes que mais recebiam do banco. Com o início do mandato do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ficou estabelecido que a Caixa não faria mais patrocínios no futebol.

CREFISA – 2015 até os dias de hoje

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‘Era Crefisa’: chegada de reforços de alto nível ao Verdão (Reprodução/Instagram

O Palmeiras fecha acordo com a Crefisa em janeiro de 2015. A instituição financeira desembolsa R$ 23 milhões em seu primeiro ano, e chegam ao clube jogadores de qualidade, como Dudu, Zé Roberto, Barrios e Rafael Marques.

Contando com a disputa da Copa Libertadores, os valores sobem para R$ 72 milhões em 2017 e R$ 78 milhões em 2018 e chega ao clube uma penca de jogadores nos demais anos: Borja, Willian Bigode, Marcos Rocha, Weverton, Deyverson e Felipe Melo. Dando-se ao luxo de ter mais de um time de alto nível, o Verdão abocanha os brasileiros em 2016 e 2018.

Já para 2019, o Palmeiras segue com contratações de impacto. O mais recente reforço de ponta é a repatriação de Ricardo Goulart.

BANESTES

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Banestes investe no futebol capixaba (Divulgação)

Um banco público também ajuda no investimento do Campeonato Capixaba. No ano de 2017, o então governador Paulo Hartung confirma que o Banestes fará o patrocínio de nove clubes na competição

O banco do Espírito Santo, corriqueiramente, investe em clubes do estado. Em especial, nos que têm expressão, como Rio Branco, Desportiva, Vitória e Linhares.

BANCO INTER – 2016 até os dias de hoje

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Banco Inter: depois do América-MG, rumo ao São Paulo (William Correia)

O Banco Inter já suas fichas no futebol brasileiro desde 2016. O conglomerado financeiro (à época ainda chamado de Banco Intermedium) é o patrocinador máster do América-MG que, naquele ano, disputa à elite. À época, os valores do aporte financeiro não foram divulgados.

Já “rebatizado”, o Banco Inter no ano seguinte parte para uma empreitada mais ambiciosa. É assinado um vínculo de três anos com o São Paulo, também com o objetivo de ser o patrocinador máster. Para estampar sua marca na camisa do Tricolor paulista, estima-se que o conglomerado desembolsará R$ 23 milhões por ano. 





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