Favorito em eleições da Ucrânia, comediante é acusado de ser marionete de oligarca

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KIEV – O comediante Volodymyr Zelenskiy está liderando a corrida para se tornar o próximo presidente da Ucrânia, graças a uma campanha desafiadora contra políticos corruptos e cúmplices de oligarcas ricos. No entanto, o seu próprio relacionamento com um dos magnatas mais ricos do país pode se provar o seu calcanhar de Aquiles.

Um dos canais de televisão mais populares da Ucrânia, o 1 + 1, de propriedade do oligarca Ihor Kolomoisky, ofereceu uma poderosa plataforma a Zelenskiy  nos últimos meses, durante sua meteórica ascensão à presidência. No sábado, um dia antes de Zelenskiy vencer o primeiro turno da disputa presidencial e avançar para o segundo turno contra o atual presidente Petro Poroshenko, o 1 + 1 encheu a programação de shows  do comediante e ator.

O fato de que Zelenskiy é uma grande estrela no canal tem gerado preocupações entre alguns investidores e eleitores, e acusações de que ele é marionete de Kolomoisky.

Zelenskiy e Kolomoisky dizem que sua relação é só profissional, centraao no trabalho de TV do comediante. Ambos dizem que nenhuma influência indevida está sendo exercida pelo oligarca, cujos negócios vão do setor bancário à energia à aviação.

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— Eu sou mais o fantoche dele do que ele é meu” —disse o bilionário Kolomoisky no ano passado.

Zelenskiy disse no mês passado que estava em processo de sair de todos os seus negócios, incluindo a produtora cujos programas passam no 1 + 1. Perguntado se o relacionamento era um ponto fraco para ele, Zelenskiy disse a Reuters:

— Estamos trabalhando de acordo com contratos de TV e está tudo bem. São negócios — afirmou.  — É impossível me influenciar. Nem Kolomoisky, nem qualquer outro oligarca, ninguém vai me influenciar — disse Zelenskiy ao site de notícias Gordon em dezembro.

Apesar disso, o presidente Poroshenko atacou a conexão entre os dois homens, enquanto luta para recuperar as chances contra o comediante, antes da votação do segundo-turno, no dia 21 de abril.

— Nas últimas semanas, meus oponentes despejaram sobre mim uma enxurrada de mentiras. A principal fonte dessas mentiras nos últimos meses, por mais deplorável que sej, foi a 1 + 1. O canal se tornou  executor obediente das ambições políticas de seu dono — disse Poroshenko. — Embora este possa ter fugido para o exterior, ele ainda joga o tabuleiro de xadrez pré-eleitoral — acrescentou.

Kolomoisky vive no exterior desde que entrou em conflito com Poroshenko sobre o maior banco da Ucrânia, que ele costumava possuir. Em uma entrevista concedida em novembro ao site de notícias ucraniano lb.ua, ele temia que o sistema judicial da Ucrânia o impedisse de deixar o país se voltasse.

Zelenskiy anunciou que concorreria à presidência no 1+1 no dia 31 de dezembro, superando Poroshenko, que estava dando um discurso tradicional de Ano Novo para a nação ao mesmo tempo.

No sábado, a programação temática do canal incluiu programas onde ele e outros atores fizeram piadas e cantaram músicas, e um documentário de Zelenskiy sobre Ronald Reagan, um ator popular que se tornou presidente dos Estados Unidos.

Kolomoisky não faz segredo de sua antipatia por Poroshenko, e os dois se confrontaram repetidamente sobre questões que ameaçavam os negócios do empresário.

Já Poroshenko faz parte da mesma elite rica de Kolomoisky, tendo feito uma fortuna com doces que lhe valeram o apelido de “Rei do Chocolate”.

— O dilema estratégico será o que você prefere: um oligarca ou alguém possivelmente controlado por um oligarca? Uma marionete ou um marionetista? — disse o analista regional e consultor político Radu Magdin.

 

 



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