Enquanto Boeing sofre com 737 Max, Airbus vai bem com modelo econômico

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Enquanto a Boeing interrompe a produção do problemático 737 Max, a rival global Airbus enfrenta uma questão bem diferente: acelerar a produção da aeronave concorrente.

As versões “esticadas” do A320neo atraem muitas encomendas porque as companhias aéreas querem substituir aviões caros de corredor duplo em rotas mais longas ou instalar mais assentos em rotas mais curtas. Para alcançar essa flexibilidade, a Airbus precisou oferecer uma ampla variedade de layouts de cabines, o que aumentou a complexidade da montagem.

A velocidade menor da montagem da variante A321, de maior preço, significa que a empresa europeia precisa aumentar as entregas em 75% este mês comparado a novembro para cumprir as metas de produção do ano inteiro. É um desafio crucial para a Airbus, não apenas para consolidar sua vantagem sobre a combalida Boeing, mas também para maximizar o retorno obtido com os jatos mais caros de fuselagem estreita, já que a demanda por modelos ainda mais lucrativos de fuselagem larga está no auge.

“O A321 é importante porque, por ser esticado, deve ser a aeronave de fuselagem estreita de maior margem da Airbus”, afirmou Sash Tusa, analista da Agency Partners em Londres. O aumento da popularidade dos aviões de corredor único em rotas mais longas pode fazer com que representem três quartos do valor total dos jatos entregues todo ano, superando a parcela anterior de 50%, completou ele.

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A meta da Airbus é fazer 860 entregas para companhias aéreas em 2019, 20 a menos do que o objetivo inicial, após a empresa reconhecer em outubro que suas fábricas estavam atrasadas. Cada jato não entregue diminui o lucro em pelo menos 10 milhões de euros (US$ 11 milhões), estima o analista Charles Armitage, do Citi Research.

Os atrasos podem ter maiores ramificações, potencialmente limitando encomendas futuras de um modelo que já está com pedidos esgotados até 2024, com uma carteira de encomendas de 6.193 aviões.

O presidente da Airbus, Guillaume Faury, já avisou que a produção da série A320 não estará totalmente de volta aos trilhos até 2021, quando a produção mensal deve chegar a 63 aeronaves, comparado a 60 atualmente.

Respondendo a perguntas da Bloomberg, a Airbus informou que cumprir a meta de dezembro, de 135 aviões, será “desafiador”, mas que a empresa conta com jatos que já estavam próximos da conclusão no final do mês passado para aumentar as entregas.

A demanda pelos aviões A321neo foi “muito maior do que nossa previsão original”, disse um porta-voz. O jato que antes representava apenas 10% da demanda da série A320 agora é responsável por 40% das vendas e a tendência é de crescimento.

Os pedidos receberam impulso adicional com o lançamento de uma versão atualizada de alcance extralongo em junho. Neste mês, a United Airlines mês concordou em comprar 50 unidades, ingressando em uma base de clientes que inclui American Airlines e JetBlue Airways.

No passado, a Airbus já enfrentou correria de final de ano para atingir metas. Funcionários da linha de montagem trabalharam durante o período de festas para entregar 127 jatos em dezembro de 2018 e também em dezembro de 2017.

Aqueles atrasos foram associados a problemas com turbinas nas instalações de fornecedores. O desafio desta vez é diferente, envolvendo o ritmo de instalação de cabines na fábrica do A321 em Hamburgo.

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