Nos últimos anos, é inegável o avanço da educação inclusiva no país, com crescimento significativo de matrículas de alunos com necessidades especiais (com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação) em escolas regulares, em vez de instituições especializadas. Principalmente após a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, que trouxe uma série de inovações. Entre elas, a proibição da negação de matrícula e de cobrança de taxas extras em casos de estudantes com deficiência.
O percentual desses alunos, de 4 a 17 anos, em escolas comuns vem aumentando gradativamente, passando de 87%, em 2014, para 92% em 2018. “A questão é como essas crianças vêm sendo atendidas. Vemos experiências bastante interessantes hoje, mas também sabemos de casos em que não é feito um trabalho tão bom”, alerta Luiz Conceição, coordenador de formação do Instituto Rodrigo Mendes, organização sem fins lucrativos dedicada à educação inclusiva.
Apesar de essa trajetória não ser progressiva e linear –, e ainda estar longe do ideal –, para a professora Francine Rocha, orientadora do Programa de Inclusão do Colégio Mackenzie São Paulo, no geral há uma grande movimentação das instituições de ensino para se adequar às necessidades educacionais dos alunos com deficiência. “Muitos pedagogos têm se especializado em educação inclusiva, assim como profissionais da área da saúde que contribuem para o desenvolvimento e a aprendizagem dessas crianças”, diz.
“Mas a inclusão não é uma tarefa técnica, e sim um compromisso firmado entre a escola, a família e todos os profissionais envolvidos. Por isso a escola precisa atuar com muita responsabilidade nas necessidades reais dos alunos com deficiência, preparando-se não só no que se refere a aspectos estruturais como também em um plano educacional personalizado, atendimento individual, aplicação adequada de técnicas pedagógicas, materiais didáticos e recursos diversos e formação continuada do professor”, completa.
No rumo certo
O Mackenzie é um dos destaques positivos entre as escolas privadas. Para receber todos os alunos, o Programa de Inclusão do colégio promoveu adequações no ambiente e na estrutura pedagógica e ampliação da equipe técnico-pedagógica e do atendimento educacional especializado.
Conta também com especialistas na adaptação curricular, professores mediadores preparados para a educação inclusiva, que apoiam os demais educadores, e planejamento educacional individualizado. A instituição mantém ainda um canal frequente de comunicação com as famílias, com reuniões para alinhamento e avaliação de novos objetivos de aprendizagem.
Um exemplo de mudança de percepção nesse sentido é o Colégio Bandeirantes. Conhecida até poucos anos por dividir as classes conforme o desempenho dos alunos (melhores notas em uma sala e notas inferiores em outra), a escola reviu seus conceitos e enxergou na diversidade uma vantagem para todos. “Hoje, a formação do aluno precisa ser mais ampla, trabalhando também habilidades socioemocionais. E um grupo heterogêneo proporciona muito mais oportunidades para que essas outras capacidades sejam mais bem trabalhadas”, diz Mayra Ivanoff Lora, diretora pedagógica da instituição. Além disso, os jovens contam com o Bandversidade, grupo que se reúne quinzenalmente para debater temas relacionados à diversidade e inclusão.
Todos ganham
Os resultados de iniciativas como essas são evidentes. “Maior variedade de estudantes com habilidades e dificuldades diferentes proporciona um aprendizado mais profundo, como a capacidade de entender dúvidas de outros, perceber diferentes caminhos para uma mesma situação e reformular pontos de vista prévios”, diz Mayra.
No Mackenzie, Francine acrescenta que a educação inclusiva transformou a atmosfera da classe. “A aprendizagem das crianças se dá de uma forma colaborativa. O grupo se envolve com a responsabilidade de apoiar as crianças que possuem um desenvolvimento diferente. A sala de aula se torna um ambiente em que todos se sentem parte”, conta.
A inclusão colabora também para o desenvolvimento das práticas pedagógicas do educador, que se tornam mais diversificadas. “Os conteúdos são propostos com a exploração de diferentes linguagens, o que favorece o aprendizado de todos”, destaca Francine. A percepção é mesma para Conceição: “Cada um aprende de forma diferente. E, quando o professor adapta o conteúdo para ensiná-lo de outra forma, facilita o aprendizado da turma inteira”.
Por Lilian Rambaldi
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