Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais

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Mundo em Caos‘ é a nova tentativa da Lionsgate de emplacar uma trilogia de filmes baseada em uma série literária. E a produtora já é experiente no gênero de adaptações, tendo no catálogo as sagas ‘Jogos Vorazes’ e ‘Divergente’, então, resolveu investir US$ 100 milhões na primeira parte da história distópica escrita por Patrick Ness, além de incluir nomes fortes da indústria no elenco, como Tom Holland (‘Homem-Aranha: de Volta ao Lar’), Daisy Ridley (nova trilogia ‘Star Wars’), Mads Mikkelsen (‘Hannibal’), Demián Bichir (‘Selma: uma Luta pela Igualdade’) e Nick Jonas (‘Jumanji: Bem-vindo à Selva’).

Inspirado no primeiro livro de Ness, chamado ‘O Motivo’ (ou em inglês, ‘The Knife of Never Letting Go‘), o filme mostra um futuro não muito distante, onde todas as mulheres desapareceram misteriosamente e todos os homens foram afetados pelo “ruído”, uma força desconhecida que deixa todos seus pensamentos audíveis. Todd Hewitt (Holland) encontra uma sobrevivente feminina, Viola (Ridley), e, ao perceber o perigo em que a jovem se encontra, ele luta para protegê-la e colocá-la em segurança. Para isso, será necessário controlar seu “poder” e desvendar os segredos sombrios que seu planeta e sua comunidade guardam.

E esse é o conceito mais interessante que ‘Mundo em Caos’ traz às telonas: o “ruído”, que faz com que todos possam ouvir – e até ver – tudo o que os homens estão pensando. O jeito que essa “habilidade” é proposta durante os 109 minutos de filme é dinâmica e notável, não atrapalhando o público na hora de entender se o personagem está pensando ou realmente falando. Até mesmo em cenas nas quais há um grupo imenso de pessoas “gritando”, é possível observar com facilidade o “ruído” e perceber o quão ele mais atrapalha do que ajuda.

A Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais
O “ruído” de Tom Holland, que é Todd Hewitt em ‘Mundo em Caos’. Imagem: Lionsgate/Divulgação

O protagonista Tom Holland, que vai deixar bem claro em todo o longa-metragem que o “nome dele é Todd Hewitt”, atua bem e passa emoção quando necessário. Claro, o papel em ‘Mundo em Caos’ não é tão forte ou maduro igual ao que o ator fez em ‘O Diabo de Cada Dia’, filme lançado pela Netflix em 2020, mas é essa leveza que o abrilhanta em cena, lembrando levemente o jovem Peter Parker nos novos filmes do ‘Homem-Aranha‘, porém melhor.

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As cenas de “pensamentos ouvíveis”, e o fato do protagonista não conseguir controlá-los na presença da personagem de Ridley, são incríveis, caem bem na trama e de fato são engraçadas, muito pela dose certa do clichê “garoto conhece garota” utilizada pelo diretor Doug Liman, algo que ele fez também em ‘Sr. & Sra. Smith’ (2005) e ‘Jumper’ (2008).

A Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais
Para quem já foi a “heroína da galáxia”, Daisy Ridley não surpreende em ‘Mundo em Caos’. Imagem: Lionsgate/Divulgação

No entanto, a coprotagonista não surpreende em quase nada no filme. Reduzida a uma figura de “mocinha indefesa”, a atuação de Daisy Ridley é apática, sem esplendor algum e não empolga. Talvez soe um exagero, mas com muito menos tempo de tela em ‘Assassinato no Expresso do Oriente’ (2017), a atriz se apresentou melhor e trouxe muito mais, em vários aspectos. Na produção da Lionsgate, ela tem apenas uma função como personagem, e é só isso. E venhamos e convenhamos: para quem já foi a protagonista de ‘Star Wars‘, o papel dado a Ridley aqui parece ter sido um desperdício de talento.

O que ajuda um pouco a atriz a ter certo destaque é o relacionamento dela com Holland. A dinâmica entre os dois cresce em ritmo natural e não forçado no filme, e o afobado interesse dele desde o início por “nunca ter visto uma garota” contrasta com o progresso do desejo dela em conhecer mais sobre a vida e história do personagem. Um ponto positivo – talvez um dos únicos – no afobado roteiro feito pelo próprio criador da história original junto a Christopher Ford, que já trabalhou com Holland quando escreveu o roteiro de ‘Homem-Aranha: De Volta ao Lar’ (2017).

A Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais
Dinâmica entre a dupla Holland-Ridley funciona em ‘Mundo em Caos’, porém o ator “rouba a cena”. Imagem: Lionsgate/Divulgação

E não é que a história não seja boa e com personagens interessantes, pois ‘Mundo em Caos’ tem tudo isso e mais, todavia a trama tem um desenvolvimento fraco que enterra o sentimento de progressão da história. Ou seja, o longa exclama o tempo todo que é a introdução ou a “parte 1” de uma sequência que não sabemos se acontecerá ou não. Misturado com pouquíssima ação (talvez alguns resquícios no fim), a sensação é de que estamos, em cerca de duas horas, apenas conhecendo o contexto dos personagens que teríamos que nos apegar.

O que auxilia e dá um gás ao roteiro do filme é a clara experiência que a Lionsgate tem com filmes baseados em livros. Tal qual o “irmão mais velho” ‘Jogos Vorazes’, o ponto alto aqui é a fotografia e a trilha sonora, que estão sob os cuidados de Ben Seresin e da dupla Marco Beltrami e Brandon Roberts, respectivamente. Os três já trabalharam juntos em ‘Guerra Mundial Z’ (2013) e sabem encaixar bem a música com a imagem em uma produção.

Outro fator a ser elogiado são os efeitos especiais, tanto em criaturas extraterrestres ou em gigantes espaçonaves. Nesse quesito, cumpre-se os US$ 100 milhões investidos pela produtora.

A Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais
Demián Bichir e Kurt Sutter são um casal em ‘Mundo em Caos’ e, mesmo aparecendo pouco, conseguem emocionar. Imagem: Lionsgate/Divulgação

E há espaço de sobra também para boas atuações coadjuvantes em ‘Mundo em Caos’, visto que há nomes notáveis no elenco. Nick Jonas, por exemplo, aparece em poucas cenas, mas faz o tipo “bully e babacão estressado” muito bem, o destacando da atuação clichê em ‘Jumanji’ (2017) e mostrando a versatilidade do cantor em frente às câmeras, tal qual fez em ‘O Trote’ (2016).

Já Demián Bichir (‘Uma Vida Melhor’) e Kurt Sutter (‘Sons of Anarchy’) estão excelentes como os pais adotivos do personagem de Holland. Mesmo com pouco tempo em tela, os dois atores conseguem fazer com que o público simpatize com a situação de vida deles e o sentimento que ambos têm pelo protagonista, emocionando na medida certa como um casal.

A Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais
Nick Jonas atua bem como o típico “babacão e bully”, mas tem poucas cenas em ‘Mundo em Caos’. Imagem: Lionsgate/Divulgação

E quanto a Mads Mikkelsen, que está ainda mais em alta na indústria após o sucesso de ‘Druk – Mais uma Rodada‘? Em ‘Mundo em Caos’, o ator dinamarquês não é tão amedrontador quanto parece (ou tenta ser) e atua de forma segura, tendo lá seus momentos de destaque, porém com previsibilidade até determinado momento do filme… e ainda sendo (bem) ofuscado pelo personagem de David Oyelowo.

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Mads Mikkelsen em ‘Mundo em Caos’. Imagem: Lionsgate/Divulgação

No papel de Aaron “O Pregador”, o Martin Luther King de ‘Selma’ (2015) dá muito medo em toda cena que aparece e se mostra um personagem com um potencial absurdo para o desenrolar da história, mas que acaba se perdendo dentro do script. Mal explorado, Oyelowo cumpre o papel de empecilho aos protagonistas, mas sem ser o bom antagonista que poderia ser.

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David Oyelowo como Aaron “o Pregador” é amedrontador em ‘Mundo em Caos’ e chama atenção por boa atuação. Imagem: Lionsgate/Divulgação

Vale a pena assistir ‘Mundo em Caos’?

Resumidamente, ‘Mundo em Caos’ é um bom filme, com um ótimo elenco e empolgante na premissa, contudo se perde na própria construção de roteiro. Apesar das tentativas de fazer algo original no gênero, a trama falha em deixar sua marca na ficção científica e soa o tempo todo como uma produção introdutória para uma saga que pode não ter mais capítulos.

Caso houver, a Lionsgate pode manter o mesmo nível de produção e talvez ser mais fidedigna ao material original – algo que a franquia ‘Jogos Vorazes’ fez muito bem na continuação ‘Em Chamas’ (2013)-, fazendo com que o universo de Ness seja devidamente expandido. Caso não, o filme será mais uma daquelas adaptações “flop” (termo em inglês para “fiasco”), com um gostinho de “é isso? O filme já acabou?” para toda a eternidade.

A Crítica: ‘Mundo em Caos’ tem boas atuações, mas é introdutório até demais
‘Mundo em Caos’ tem pouca ação e soa muito como introdução a um universo que ainda continuará… se continuar, né?. Imagem: Lionsgate/Divulgação

Quer assistir ao filme? ‘Mundo em Caos’ chega aos cinemas brasileiros no dia 13 de maio. Saiba mais detalhes com a sinopse oficial e o trailer logo abaixo:

Em um futuro não muito distante, em um mundo onde as mulheres desapareceram e os homens foram afetados pelo “ruído” – uma força que deixa seus pensamentos audíveis – Todd Hewitt (Tom Holland) encontra Viola (Daisy Ridley), uma jovem misteriosa que aterrissou em seu planeta. Com Viola correndo perigo, Todd jura protegê-la e colocá-la fora de perigo. Para salvá-la, Todd terá que controlar seu “ruído”, descobrir sua própria força e desvendar todos os segredos sombrios que seu planeta e sua comunidade guardam.

Do diretor de A Identidade Bourne (The Bourne Identity) e No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow), baseado no romance best-seller Mundo em Caos (The Knife of Never Letting Go) de Patrick Ness. Tom Holland e Daisy Ridley protagonizam junto com David Oyelowo, Nick Jonas, Mads Mikkelsen e Demián Bichir“.

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