A vacina contra o novo coronavírus liderada globalmente pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, começou a ser testada em São Paulo. A solução, denominada ChAdOx1 nCoV-19, é uma das 141 candidatas cadastradas na Organização Mundial de Saúde (OMS) e está entre as 13 que já estão em fase clínica de testes em humanos no mundo.
Os testes da vacina em São Paulo começaram na última sexta-feira (19) e prosseguiram nesta segunda-feira (22), segundo o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp, que coordena a aplicação da vacina na região.
Segundo informações da Universidade de Oxford, pelo menos 5 mil profissionais da saúde participarão das testagens no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em nota, a Fundação Lemann, uma das financiadoras do projeto no Brasil, afirma que ainda há um longo caminho até o sucesso da ação. “O que virá depois, ainda não sabemos. Enquanto isso, o foco da Fundação Lemann está em acompanhar a iniciativa. Há muitas pessoas e organizações trabalhando colaborativamente para o sucesso e, junto delas, esperamos dar nossa contribuição para que a pandemia seja superada, com foco e atenção ao Brasil e sua gente, nosso maior compromisso”.
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Obstáculos no país
Apesar de participar da fase de testes em humanos, o Brasil corre o risco de ficar de fora das primeiras levas de compra da vacina de Oxford. Isso se o governo brasileiro não assinar um acordo com a universidade para ter prioridade de compra do produto, caso ele tenha resultados positivos no controle da Covid-19.
O acordo agora está em análise no Ministério da Saúde e no Ministério da Economia. Segundo fontes envolvidas nos testes feitos no país, o atraso para firmá-lo pode colocar o Brasil no fim da fila de prioridades para receber os primeiros lotes de produção em massa da vacina.
Vacina de Oxford
A vacina da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a empresa Astrazeneca, é uma das vacinas em estágio mais avançado no mundo. A solução é considerada moderna e “segura” por não utilizar o vírus e sim uma sequência genética.
O imunizante utiliza uma tecnologia conhecida como vetor viral recombinante. Ele é produzido a partir de uma versão enfraquecida de um adenovírus que causa resfriado em chimpanzés e que não causa doença em humanos. Nele, foi adicionado o material genético usado na produção da proteína spike do Sars-Cov-2 (usada para invadir células), induzindo os anticorpos.
Ao todo, 50 mil pessoas serão testadas em todo o planeta – 30 mil nos Estados Unidos e outras em países da África e Ásia. No Brasil, pelo menos 5 mil voluntários entre 18 e 55 anos serão vacinados. Os resultados devem ser anunciados até setembro e, se tudo correr bem, as vacinas serão entregues já em outubro.
Via: G1
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