“Tinder dos patrocínios”: aplicativo ajuda atletas e clubes a encontrar parceiros em leis de incentivo

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Ser atleta demanda talento, técnica e treinamento. Mas um fator de extrema importância vai além das habilidades: o dinheiro. A maioria dos brasileiros que busca no esporte um futuro e o sonho olímpico sofre com a falta de patrocínios e, muitas vezes, deixa os objetivos de lado porque não consegue pagar materiais, equipe de apoio e competições — ainda mais agora, com os cortes no patrocínio estatal. Para tentar ajudar a solucionar este problema, uma
plataforma
foi criada com o intuito de aproximar projetos esportivos e competidores das marcas e empresários interessados em bancar a carreira dos esportistas.

Com quase um ano de vida, o Clube dos Patrocínios oferece soluções para o uso de mais de 38 leis de incentivos federais, estaduais e municipais ainda pouco utilizadas pelas empresas, e que possuem grande potencial de investimento, para atrair benfeitores e unir aos esportistas em um “match” perfeito. O
“Tinder” dos patrocínios
, como já é chamado, é gratuito e analisa e recomenda projetos que casem com os interesses das marcas. Nos primeiros 11 meses após o lançamento, 16 patrocínios foram fechados, no valor de R$ 2,5 milhões.

O aplicativo se tornou um alicerce dos velejadores Gabriela Nicolino e Samuel Albrecht, da Nacra 17. Integrante da classe mais cara e moderna da vela, a dupla teve e ainda tem custos exorbitantes com compra de barco, manutenção dos equipamentos, competições, alimentação e suplementação. Em setembro, Gabriela inscreveu o projeto aprovado pela Lei de Incentivo do Esporte na plataforma e esperou menos de três meses para encontrar uma multinacional do setor de energia interessada em fechar o patrocínio com eles.

— Nosso barco custa muito caro. Um novo sai por € 35 mil na Europa, mas como é preciso importar, o custo gira em torno de R$ 150 mil só no barco. Acho que eu e o Samuca já gastamos R$ 100 mil cada para estarmos aqui hoje. Temos família também e custo da vida própria — diz Gabriela.

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Com vaga para os Jogos de Tóquio-2020 conquistada em 2018, os velejadores ainda contam com apoio do Comitê Olímpico e da Confederação de Vela, mas precisavam de um investidor próprio privado. O Clube dos Patrocínios facilitou a vida dos atletas e do patrocinador, com filtros que estavam de acordo com as estratégias de investimento. Além disso, ajudou a reduzir burocracias.

PESSOA FÍSICA

Ao todo, mais de 5 mil projetos de esporte estão inscritos no Clube dos Patrocínios, que já tem mais de 105 mil proponentes cadastrados (a cultura também participa da plataforma). São 500 inscrições novas mensalmente, mas o número de contemplados ainda é pequeno, visto que muitas empresas desconhecem o mecanismo.

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A dupla brasileira de vela da Nacra 17, Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino, conseguiu um apoiador por meio do Clube dos Patrocínios Foto: Divulgação

Cada empresa pode participar repassando até 1% de seu imposto de renda para patrocinar projetos da Lei Federal do Esporte em troca de benefícios fiscais, enquanto esse valor é de até 4% para a cultura. Em maio, quando completa um ano, o “Tinder dos patrocínios” vai abrir para participação de pessoa física, que poderá destinar até 6% do seu imposto de renda a doações para projetos aprovados na mesma lei. Isso vai ampliar ainda mais a rede e oferecer mais apoiadores aos esportistas.

— Queremos impulsionar as leis de incentivo como um todo. Infelizmente, o esporte não é tão representativo como a cultura. Mercado e possibilidades têm, mas muitas empresas nem usam ou não sabem que podem investir — diz o gestor do Clube do Patrocínio, Sadi Neto. — A gente ganha um percentual sobre o valor de cada projeto. Estamos satisfeitos com os resultados nesse quase um ano.

Não são apenas atletas que buscam empresas para financiar seus projetos. Clubes de futebol, federações e institutos esportivos também estão à procura do par perfeito.

FUTEBOL, SÓ DA BASE

Flamengo, Cruzeiro e Atlético-MG, além da Federação Paulista de Futebol, o Minas Tênis Clube — que disputa a final da Superliga feminina de vôlei, hoje, às 11h, contra o Praia Clube — e a Confederação Brasileira de Rúgbi são alguns exemplos.

As Leis de Incentivo não permitem que o futebol profissional receba esses benefícios, mas as categorias de base e os esportes olímpicos entram nesse contexto. É exatamente para essas modalidades que o Flamengo procura patrocinadores.

Com dois projetos inseridos — FlaOlímpico e FlaNáutico —, o clube da Gávea ainda busca apoio, apesar de já estar no Clube dos Patrocínios desde sua criação, em maio de 2018. Porém, como a maioria dos proponentes, continua aguardando o “match”.

Como as categorias de base feminino e masculino de futebol são inseridas como amadoras, elas entram no projeto de olímpicos. Por isso, a aposta no aplicativo se tornou ainda mais atrativa para o Flamengo, mesmo sendo um dos maiores clubes de futebol do Brasil.

— A tentativa é captar recursos para os nossos outros projetos, fora o futebol profissional. A plataforma ajuda a buscar um parceiro em potencial pelo país, já que geograficamente é mais ilimitado — explica o coordenador de marketing do rubro-negro, João Márcio. — E tem custo zero para a gente. É o tinder da divulgação. Achamos interessante.



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