Em um vídeo divulgado pelas redes sociais do Ministerio da Economia, na tarde desta sexta-feira, 27, o chefe da pasta, Paulo Guedes, fez um apelo pela manutenção de atividades fundamentais para o funcionamento da economia brasileira durante a pandemia do novo coronavírus e elencou medidas para proteger a saúde econômica do país. “Pode ser uma enorme onda, dependendo da nossa reação”, disse o ministro sobre os impactos que se anunciam. “Alerta do presidente é: vamos cuidar de nossa saúde, mas não podemos nos esquecer que ali à frente temos o desafio de continuar produzindo”.
”Ameaça nossos empregos e uma crise econômica como nunca sofremos antes”, diz ele. Guedes fez um apelo pelo reconhecimento do agronegócio brasileiro e dos caminhoneiros, que, segundo ele, garantem o abastecimento até mesmo para os afetados pela doença. “Temos que continuar produzindo”, afirmou. Ele afirmou ainda que o presidente Jair Bolsonaro “não está diminuindo, de forma alguma, a ameaça da primeira onda”, referindo-se à saúde dos pacientes, e elencou a série de medidas adotadas pelo governo federal para mitigar os impactos econômicos da crise, como a antecipação de benefícios para os amparados pelo INSS e a inclusão de 1,2 milhão de famílias no Bolsa Família.
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O ministro ainda exaltou os programas de pagamento de auxílio aos informais e autônomos, de 600 reais durante o período de três meses, e, em dissonância com o que prega o presidente Jair Bolsonaro, disse que “temos que ficar nesse isolamento por um tempo para nos protegermos”. Ele disse que os benefícios, somados, contemplam 700 bilhões de reais em um pacote para que a economia não sucumba e o desemprego não sofra um aumento exponencial.
Aos 70 anos, o ministro despacha de casa, no Leblon, no Rio de Janeiro, desde a última segunda-feira, 23, por fazer parte do grupo de risco caso seja contaminado pelo novo coronavírus. Ele desenha, em conjunto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um projeto para reduzir em 30% os salários de servidores públicos para cumprir com os programas de auxílio aos informais. O vídeo tinha como intenção detalhar novas medidas sobre a cobertura pelo seguro-desemprego, mas o ministro dissertou sobre informações erradas, segundo a assessoria da Economia. O vídeo, portanto, foi retirado do ar e será republicado em breve com o detalhamento corrigido.
Nos bastidores, porém, apesar de defender publicamente o isolamento, Guedes avisou ao presidente Bolsonaro que a economia só aguenta a paralisação até o próximo dia 7 de abril sem efeitos permanentes. A avaliação de um alto executivo no ministério é de que “se a dose for muito alta, o remédio pode matar o paciente”. Bolsonaro vem defendendo a abertura dos comércios para mitigar os efeitos da crise, em descompasso com todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde.
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