Como medida emergencial, Guedes admite que governo pode emitir moeda

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Normalmente oposto a qualquer medida que aumente a interferência do estado na economia ou aumente a dívida pública, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu pela primeira vez, que o país pode imprimir dinheiro para enfrentar a crise econômica causada pelo coronavírus. A declaração foi dada pelo comandante da economia durante uma audiência pública nesta quinta-feira, 30, no Congresso Nacional em que falou sobre o que o governo está fazendo para o combate a pandemia. O ministro pondera que a medida de emissão de moeda pelo Banco Central poderia ser lançada no caso de agravamento da situação, com desemprego em  massa, inflação perto de zero e colapso na taxa de juros.

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“Se você cair em uma situação de desemprego em massa, de que inflação vai para 0% e juros colapsam existe a armadilha da liquidez tecnicamente. O BC pode emitir moeda e pode sim comprar a dívida interna. Se a taxa de juros for muito baixa ninguém quer comprar título longo e aí pode monetizar a dívida sem que haja impacto inflacionário. Estamos atentos a todas as possibilidades”, afirmou. A opção levantada por Guedes já foi lançada como ideia por alguns economistas, como o ex-presidente do BC e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, hoje na secretaria da Fazenda do governo de São Paulo e também Milton Friedman, um dos expoentes da Escola de Chicago, e opositor da intervenção do estado na economia. 

A ideia, seria posta em prática em caso de caos econômico e de maneira emergencial, como outras medidas do governo. No momento, o Brasil tem sinais que pode caminhar para esse cenário, mas ainda não se sabe o ritmo. O desemprego, segundo o IBGE, aumentou e atinge 12,9 milhões de pessoas, a inflação desacelera e a taxa de juros pode sofrer novo corte. Com imprimir dinheiro, o governo aumentaria gastos públicos com intuito de fazer mais dinheiro chegar na mão das pessoas e reforçar o caixa das empresas. Essa medida seria usada como forma de complementar políticas já adotada, para segurar algum nível de renda e evitar a quebradeira das empresas.

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Na prática, já há medidas nesse nível acontecendo neste momento, como lembra o ex-ministro da Fazenda e colunista de VEJA, Maílson da Nóbrega. As ações do Banco Central ao injetar liquidez na economia, via liberação de depósitos compulsórios dos bancos e flexibilização das regras com o objetivo de aumentar sua capacidade de ofertar crédito têm caráter de emissão de dinheiro, bem como o auxílio emergencial do governo que visa pagar 600 reais a famílias de trabalhadores informais, aumento do uso do seguro-desemprego com auxílio para quem tem salário reduzido, entre outras ações. “Tudo isso é dinheiro que vai circular na economia”. Segundo o último balanço da economia, mais de 1 trilhão de reais estão circulando em medidas emergenciais para combates aos danos econômicos da pandemia. 

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A contrapartida, é a elevação da dívida pública, que deve sim acontecer em um momento de emergência, mas não deve ser levada como política econômica permanente do governo. Pós emergência, o país deve voltar para as reformas estruturantes, o “caminho da prosperidade”, como Guedes gosta de dizer. Tornar uma medida como essa para mais de emergencial é irresponsável e pode levar a uma espiral de descontrole dos gastos públicos, o que o país viveu por muito tempo. 

 “Agora, nós sabemos que o mundo espera que as reformas prossigam e que a gente tenha austeridade do ponto de vista de entender que em uma crise não pode faltar dinheiro para a saúde. Mas isso não pode virar uma farra eleitoral. Temos que ter senso de responsabilidade. Isso não pode virar um oportunismo político”, reforçou. A ideia no momento é manter as bases produtivas, e para isso, pode ser preciso aumentar ainda mais o gasto, para que lá na frente, voltemos a apertar o cinto e traçar um caminho sustentável para a recuperação da economia. O que, há muito tempo, o Brasil luta para fazer. 



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