Líderes de partidos do centrão já começaram a manifestar insatisfação com a demora do governo em nomear os indicados para uma série de cargos oferecidos pelo governo federal nas últimas semanas. Os nomes aguardam uma análise de currículo no momento.
As negociações envolvem quatro partidos: PP, PL, Republicanos e PSD. Entre eles, definiram quem iria pedir o quê. O PP ficou com as presidências do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
O PL teria direito a indicar o presidente do Banco do Nordeste, e o Republicanos, uma secretaria no Ministério do Desenvolvimento Regional. Já o PSD negocia superintendências da Funasa nos estados. Os nomes foram enviados ainda no início da semana passada.
Na sexta-feira, lideranças desses partidos protegeram Jair Bolsonaro na repercussão das acusações do ex-ministro Sergio Moro. O ex-juiz da Lava Jato disse que o presidente tentou interferir na Polícia Federal e tomar conhecimento de investigações sigilosas sobre ele e seus filhos.
Líderes do centrão esperavam, porém, que as nomeações saíssem na última sexta-feira. Mesmo considerando o dia conturbado com o pedido de demissão de Sergio Moro, não estão contentes com a ausência de indicações no Diário Oficial até esta terça-feira.
O líder do PP, Arthur Lira (AL), disse em entrevista à CNN nesta segunda-feira que o ministro da Economia Paulo Guedes está mais preocupado com “bancos, com mercado financeiro e bolsa de valores” do que com o país. Entre os demais líderes, a provocação foi entendida como um recado de que, se o PP não conseguir o que pediu, continuará a bater no governo.
Desejos não atendidos
Nas tratativas de partidos do centrão com o governo que se estendem há duas semanas, líderes e dirigentes sinalizaram que não iriam se contentar com cargos de segundo escalão e voltaram a pressionar por ministérios no governo de Jair Bolsonaro.
Vislumbrando um enfraquecimento da ministra da Agricultura Teresa Cristina (DEM) na base bolsonarista nas redes sociais, o PP demonstrou interesse no espaço. Já o PL sinalizou que queria voltar a controlar o Ministério da Infraestrutura, onde está abrigado o DNIT, órgão que por muitos anos foi controlado pelo partido.
Em ambos os casos, a sinalização do Palácio do Planalto foi negativa. Não foi a única tratativa que deu errado. O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), tem dito aos colegas que recusou a proposta do governo de indicar um nome para o Porto de Santos.
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