Após erros, Google desativa “AI Overviews” em diversos resultados de pesquisa

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O Google enfrenta questionamentos após o lançamento turbulento de uma nova função de inteligência artificial (IA) em seu motor de busca, chamada de “AI Overviews”. A função, introduzida pela primeira vez por Sundar Pichai, CEO da empresa, prometia revolucionar a forma como os usuários acessam informações online, oferecendo resumos gerados por IA no topo dos resultados de pesquisa.

Contudo, após múltiplas falhas e a geração de conteúdo impreciso, a gigante de buscas teve que reduzir significativamente sua implementação, diminuindo as páginas de resultados que apresentam o recurso, conforme informou The New York Times.

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Iniciativas como sugerir cola comestível em receitas de pizza e indicar a ingestão de pedras como fonte de nutrientes rapidamente transformaram a nova ferramenta em motivo de chacota nas redes sociais.

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A repercussão negativa forçou o Google a revisar e limitar o alcance da função, como apontado por Liz Reid, recentemente promovida a chefe de busca do Google. Em um post no blog da empresa, Reid anunciou “refinamentos de acionamento adicionais” e um compromisso contínuo com a melhoria do sistema.

Impactos no Jornalismo

Por outro lado, a nova funcionalidade também provocou alarme entre executivos de mídia. Frank Pine, editor-executivo do Media News Group e Tribune Publishing, que juntas possuem 68 jornais diários nos EUA, expressou preocupações significativas ao jornal americano.

Pine e outros executivos temem que os resumos de IA reduzam drasticamente o tráfego para seus sites, comprometendo seus já frágeis modelos de negócios. Os resumos de IA compilam conteúdo de sites de notícias e blogs, potencialmente desviando leitores que, de outra forma, visitariam diretamente essas fontes.

O dilema para os editores é complexo: eles dependem do Google para gerar tráfego significativo, mas permitir que seus conteúdos sejam usados em “AI Overviews” pode diminuir as visitas diretas aos seus sites. Recusar a indexação pelo Google, por outro lado, poderia ser fatal para o negócio.

O Google defende que o motor de busca continua direcionando bilhões de visitas aos sites, trazendo valor aos editores, e enfatiza que as “AI Overviews” não são destacadas quando os usuários procuram notícias sobre eventos atuais.

Ainda assim, a tensão entre as empresas de tecnologia e os editores se agravou, culminando em processos judiciais por violação de direitos autorais, como os movidos pelo The New York Times e outros veículos contra a OpenAI e a Microsoft.

Esse cenário levanta questões sobre a ética da IA e seu impacto no jornalismo. Diante disso, editores estão agora mais focados em fortalecer relações diretas com os leitores, promovendo assinaturas digitais e visitas diretas aos seus sites e aplicativos, tentando diminuir a dependência de motores de busca – para não mencionar questões de direitos autorais e o uso de conteúdo jornalístico para treinar modelos de IA.

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