Policiias do 41º Batalhão (Irajá) reforçam o policiamento nas entradas do Complexo do Chapadão, na noite desta terça-feira. Um clima de terror tomou o local e o Complexo da Pedreira, devido a uma guerra territorial entre facções criminosas na última semana.
Por causa do clima tenso, alguns pais buscaram seus filhos nas escolas da região antes do horário normal. Em mensagens que circulam nas redes sociais, moradores ressaltam que é preciso tomar cuidado ao sair na rua nesta noite.
No início do mês passado, a a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas prendeu Emerson Brasil da Silva, conhecido como Raro. Segundo a polícia, ele comandava o tráfico na Pedreira desde novembro de 2016, quando Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, foi preso.
Na noite de quinta-feira, os traficantes partiram do Chapadão para a Pedreira. Não há nenhuma confirmação se os criminosos conseguiram tomar alguma comunidade do complexo. As polícias sabiam da tentativa de invasão e tem realizado operações nas regiões nos últimos dois dias.
— Quinta à noite houve uma invasão do Complexo do Chapadão à Pedreira, que é de uma facção rival. Hoje, a Polícia Civil fez uma operação. Duas pessoas foram presas e uma arma, apreendida — disse o delegado Rodrigo Barros, titular da 39ª DP (Pavuna).
Vítimas da violência
Seis pessoas foram vítimas de balas perdidas só nesta sexta-feira no Grande Rio. Um idoso foi atingido por uma bala perdida durante um confronto em Niterói, na Região Metropolitana, nesta sexta-feira (4) e morreu. A vítima foi identificada como Geraldo Evaristo de Souza, de 71 anos. Ele foi levado por policiais para o Hospital Estadual Azevedo Lima, mas não resistiu.
Duas crianças, um adolescente e duas mulheres ficaram feridas em operações, mas não correm risco de vida. Na manhã desta sexta, a polícia começou uma operação no Complexo da Pedreira. O tenente-coronel Mauro Fliess, porta-voz da PM disse, em entrevista ao “Bom Dia Rio” que a corporação já tinha informações de uma possível guerra de facções na Pedreira. Mas destacou que há 800 favelas em todo o Estado do Rio e, por isso, não há como “ficar exclusivamente à mercê de uma comunidade”:
— A corporação já tinha dados de inteligência que mostravam instabilidade no local, uma possibilidade de invasão. Foi ativado um plano de cerco. Importante frisar: temos 800 comunidades no Rio de Janeiro. Não podemos ficar exclusivamente à mercê de uma só comunidade A corporação atua em todo o estado.
Na última quinta-feira sete ônibus foram incendiados pelos criminosos. A estação do metrô Engenheiro Rubens Paiva foi fechada. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas durante o confronto e foram levadas para o Hospital estadual Getúlio Vargas, na Penha. Moradores da região falam em 30 mortos na guerra do tráfico, mas nem a Polícia Civil nem a Polícia Militar confirmam essa informação.
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