Um dos setores mais afetados pela pandemia de coronavírus, a aviação civil vem adaptando-se à redução de demanda por voos, os bloqueios de fronteiras e a estagnação das passagens aéreas. Depois de apelar ao governo pelo adiamento das obrigações tributárias, as companhias anunciaram cortes drásticos de custos, principalmente de salários, com base na nova determinação do governo de reduzir os vencimentos e jornadas.
A Gol cortou o salário do CEO, Paulo Kakinoff, e todos os vice-presidentes em 40% nos meses de abril, maio e junho, enquanto os colaboradores internos terão redução de 35% em seus horários e ganhos. A empresa também implementou o trabalho remoto para funcionários de áreas administrativas e, para os tripulantes, informa que as reduções se darão baseadas no quanto trabalharem.
Já a Latam, maior grupo aéreo da América Latina, vai cortar o salário de seus 43 mil funcionários em 50% por três meses, afirmou uma fonte próxima da situação nesta quinta-feira, 19, à agência de notícias Reuters. A Latam tem operações concentradas no Chile e no Brasil. O presidente-executivo, Jerome Cardier, vai abdicar de seu salário temporariamente.
Em entrevista a VEJA, o diretor de Relações Internacionais da Azul, Marcelo Bento, afirma que o setor nunca enfrentou uma crise nestes precedentes e que a situação se deteriora a cada dia. “Prevemos o enxugamento da malha internacional em 80% em questão de duas semanas. As companhias aéreas estão clamando por socorro e no Brasil a situação é mais insustentável do que em outros países. Grandes partes dos nossos custos são fixos, diferente de outros setores, como as montadoras de veículos, que podem, por exemplo, parar de comprar peças”, diz ele.
(Com Reuters)
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