Chicago — O presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, irá encarar os acionistas nesta segunda-feira pela primeira vez desde os dois acidentes que levaram o 737 MAX a ser suspenso em todo o mundo e provocaram investigações, ações judiciais e uma perda acentuada no valor das ações.
Lutando contra a maior crise do seu mandato, Muilenburg tentará reforçar a confiança de investidores no futuro da fabricante, bem como no seu avião mais vendido, enquanto as questões sobre a segurança do modelo se prolongam.
Família e amigos da norte-americana Samya Stumo, de 24 anos, uma das vítimas do acidente com o 737 MAX, da Ethiopian Airlines, em 10 de março, realizarão um protesto silencioso em frente ao local da reunião.
O acidente, que matou todos os 157 a bordo quando caiu logo após a decolagem, ocorreu cinco meses depois de um mergulho similar da Lion Air, que matou 189 passageiros e tripulantes.
Muilenburg realizará sua primeira coletiva de imprensa desde a suspensão das aeronaves, após a assembleia anual de acionistas em Chicago, marcada para as 11h (horário de Brasília).
A Boeing está sob pressão para fornecer uma solução de software e um novo pacote de treinamento para pilotos, que convença os reguladores globais e seus clientes de que a aeronave está segura para voar novamente.
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos pode liberar o jato 737 MAX no final de maio ou na primeira quinzena de junho, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto na sexta-feira, embora a Boeing ainda não tenha entregado o software e treinamento atualizados para revisão.
Enquanto isso, as encomendas do 737 MAX, que as companhias aéreas em todo o mundo vinham confiando para atender a crescente indústria de viagens aéreas nos próximos anos, estão suspensas.
As ações da empresa, avaliadas em 214 bilhões de dólares, perderam quase 10 por cento de seu valor desde o último acidente, em 10 de março.