Sob o comando de Eduardo Barroca, o Botafogo tenta melhorar o desempenho do futebol na temporada — o time vive fase ruim, com eliminações precoces no Estadual e na Copa do Brasil. Enquanto o cenário não é dos melhores nos gramados, o Alvinegro comemora a ótima fase em dois esportes de quadra: o voleibol e o basquete.
No vôlei, a temporada não poderia ter sido melhor: o clube conseguiu o acesso à Superliga masculina após vitória sobre o Lavras (MG), pela Superliga B, em série de três jogos que terminou no início deste mês, com duas vitórias do Alvinegro. A única derrota botafoguense em toda a temporada foi neste confronto.
Além de garantir o acesso e a primeira participação no escalão principal na era Superliga, o Botafogo, tetracampeão nacional da modalidade, sagrou-se campeão da segunda divisão nacional da modalidade, superando o Blumenau na final, por 3 sets a 1. Um dos principais nomes desta partida — e do restante da temporada — foi o do experiente oposto Lorena. Aos 40 anos, o veterano, com longa história no vôlei nacional, aceitou a proposta de liderar o Botafogo na jornada rumo à elite.
— As pessoas que estão ali dentro sabem o quanto eu trabalhei, lutei, o quanto eu vesti essa camisa nos treinos e nos jogos. Foi muito árduo, mas gratificante pela maneira que terminou — conta o jogador: Eu tinha um objetivo, que era colocar o Botafogo na Superliga A, e trabalhei muito nesse objetivo. Essa conquista não é minha, é do time inteiro. Todos lutaram muito e e têm muita importância nessa conquista.
O jogador revela que desde as primeiras conversas com a diretoria antes de fechar com o clube, a mentalidade era levar o clube de volta à elite, mesmo com um time recheado de jovens.
— O Botafogo é um time que, não importa a competição, a cobrança é sempre de vencer. Quem chega no clube tem que criar essa mentalidade e trabalhar muito pra aprender a gostar de vencer, porque o torcedor gosta disso, apoia, vem nos jogos, canta e vibra — conta Lorena.
Desde 2011 no clube, técnico assumiu nesta temporada
Desde 2011 no Alvinegro, o técnico da conquista, Walner Santos, assumiu a equipe nesta temporada. Ao longo de sua trajetória pelo clube, ele destaca a passagem pelo infanto-juvenil, categoria pela qual conquistou todos os grandes títulos a nível nacional possíveis. Segundo Walner, desde a sua chegada, já havia o pensamento em disputar a Superliga em algum momento. Ele divide os méritos da conquista com seus antecessores.
— É um esforço geral, da diretoria, dos atletas, de todos os treinadores e auxiliares que passaram. Eu credencio essa conquista ao trabalho que vem sendo feito ao longo do tempo. Fomos chegando em semifinais e na hora que menos se esperava, nós conseguimos. É fruto de um trabalho planejado — avalia.
Quando menciona o inesperado, o treinador se refere ao contexto da modalidade nesta temporada, com menos investimento do que em anos anteriores. Para o treinador, a mistura entre juventude e experiência, aliada à identificação com o clube, foram o diferencial na superação dessa adversidade.
— A mescla entre atletas com identidade com o clube, que foram da base do Botafogo em algum momento, e atletas experientes, consagrados, como o Lorena, que agregaram muito no dia a dia com a garotada. Esses dois paralelos fizeram a diferença — acredita o comandante.
Basquete: da Liga Ouro às quartas do NBB em três temporadas
Se no vôlei o título já é uma realidade, o basquete botafoguense segue na luta para galgar posições cada vez mais altas no cenário nacional. Da estreia na Liga Ouro (competição de acesso ao NBB), em 2017, à atualidade, o clube construiu um histórico de resultados cada vez melhores a cada temporda.
O clube disputa, atualmente, as quartas de final do NBB, contra o Pinheiros. Por si só, o desempenho já é superior ao da última temporada, quando o Botafogo parou nas oitavas, contra o Minas. Um dos principais nomes da equipe desde a disputa da Liga Ouro, o armador americano Jamaal é um dos 20 maiores pontuadores da liga, com média de 14 pontos por partida. Ele divide os créditos do sucesso com os colegas de time.
— Mais do que nunca, esse time está mostrando que o coletivo ganha jogos. Estou aqui para fazer minha parte. Se você tira algum cara desse time, não teríamos as vitórias que tivemos — diz ele.
Identificado com o Alvinegro, o americano já até ostentou cortes de cabelo com o escudo do clube desenhado.
— Eu estava com medo com o cara que corta o meu cabelo, perguntei dez vezes se ele conseguia fazer certo — brinca ele, que comemora a proximidade com a torcida: É uma forma de dizer obrigado para os torcedores, é uma coisa especial o relacionamento que temos.
O basquete está intimamente ligado à história do clube. O Botafogo surgiu como “Futebol e Regatas” justamente após uma partida da modalidade, em 1942. Na época, Botafogo Football Club e Club de Regatas Botafogo, dois clubes independentes, disputavam o Campeonato Estadual da modalidade, quando o jogador Albano, do Botafogo F.C., sofreu ataque cardíaco fulminante, que encerrou a partida. O triste episódio levou os dois presidentes à decisão de fundir os clubes.
Campeão nacional em 1967, o clube, agora, busca a classificação à semifinal do NBB. Para isso, precisa vencer o Pinheiros pelo menos três vezes na série melhor de cinco. Até agora, o confronto está empatado em 1 a 1. O próximo jogo acontece hoje, às 18h, no ginásio Henrique Villaboim, em São Paulo.
— Desde o inicio buscamos uma equipe competitiva, homegênea, e que o jogo coletivo fosse muito forte o tempo inteiro. A gente sempre bateu nisso durante a temporada e eles compraram essa ideia, eles gostam de jogar dessa forma. Você vê isso em números. Temos uma equipe com cinco jogadores com média acima de dez pontos, o que mostra que nosso jogo coletivo é muito forte — analisa o treinador da equipe, Léo Figueiró.