Eduardo Barretto
O governo Bolsonaro não completou cem dias e o deputado Marco Feliciano, um dos principais da bancada evangélica e eleitor de primeira hora de Jair Bolsonaro, já faz paralelos entre a situação atual e o impeachment de Dilma Rousseff. Feliciano mira e atira em Hamilton Mourão.
Se, em 2016, Michel Temer “sai lá escondidinho e começa a mandar mensagem em WhatsApp, começa a pregar contra a presidente”, Feliciano diz que, agora, Mourão sente “cheiro e gosto do poder” e “a qualquer momento ele sabe que pode assumir”.
“Está explícito para todo mundo que ele tem fome de poder e a qualquer momento ele sabe que pode assumir. Ele está sentindo o cheiro do poder, o gosto do poder, e ele então começa a minar a autoridade presidencial”, afirma Feliciano, que é vice-líder do governo Bolsonaro na Câmara.
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E continua na comparação: “Parece que eu vejo a história se repetir. Só mudam os nomes dos personagens. A coleira que os prende é a mesma”.
Feliciano disse, em entrevista à coluna, que Mourão é um “problema” que pode dar uma “rasteira” em Jair Bolsonaro, e adaptou para o general a célebre frase do imperador traído Júlio César:
“Até tu, Mourão?”, provocou.
O pastor disse vir avisando Bolsonaro sobre a necessidade de conversar mais com Mourão.
Sobre a relação com Bolsonaro, disse não topar negociar a mudança da embaixada de Israel, conforme Bolsonaro havia prometido na campanha.
“Não abrimos mão. O presidente não vai querer perder a base social dele”.
E emenda, com gravidade:
“Nós, os cristãos, conservadores, demos ao presidente a faixa presidencial”.
Assista à íntegra da entrevista.
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