Venda excessiva de ingressos leva caos em estação de esqui nos EUA

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Os afortunados que podem esquiar se depararam com um problema inusitado para quem está acostumado com turismo de luxo: na estação de esqui de Vail, uma das mais baladas dos Estados Unidos, visitantes passaram horas em filas para pegar teleféricos e terem acesso a montanha no último fim de semana. A cena foi apelidada por frequentadores como o “apocalipse do teleférico” e muitos classificam o problema pela elevada quantidade de ingressos vendidos pelos resorts, nem sempre acostumados com visitas em massa.

O número de visitantes em estações de esqui dos EUA aumenta ano a ano devido a mudança de estratégia de marketing dos resorts: ao invés de vender entradas individuais para o dia e acesso para quem está hospedado nos hotéis de luxo, as empresas vendem tíquetes para toda a temporada de inverno. Após grandes tempestades como aconteceu no Colorado, onde nevou o equivalente a um metro de neve em dois dias, os donos dos ingressos de temporada correm para o local, assim como quem compra para acessar o parque em apenas um dia. O resultado foi o visto em Vail: a superlotação.

A brincadeira, no entanto, não é barata. O acesso ilimitado para a temporada no resort custa 969 dólares (cerca de 4.200 reais), enquanto que o acesso individual sai por 209 dólares (cerca de 910 reais).

 

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O resort, aliás, foi pioneiro no ingresso para a temporada em 2008, e a iniciativa copiada por outras estações de esqui. A empresa Alterra Mountain Company, por exemplo, vende passes para a entrada em pequenos resorts independentes pelos Estados Unidos, causando reclamações de esquiadores profissionais pela superlotação nas montanhas.

A gerente de operações de Vail pediu desculpas aos frequentadores pelos transtornos gerados pela fila, mas afirmou que grande parte do transtorno aconteceu por trabalhos de segurança feitos pela equipe para deixar as pistas de esqui seguras para os frequentadores. Em comunicado publicado no jornal “The Aspen Tines”, Beth Howard, entretanto, reconheceu que os canais de comunicação foram falhos para avisar os visitantes que lotaram o resort sobre a situação. ” Eu sei que poderíamos ter feito um trabalho muito melhor antecipando essas situações e nos comunicando com nossos convidados”. Segundo ela, a empresa atualizará o aplicativo do resort para que o visitante possa saber antecipadamente o tempo da fila de espera para subir a montanha e decidir se enfrenta ou não a lotação. 

As grandes filas para os teleféricos, que se espalham por estações dos Estados Unidos fizeram com que um novo resort no Colorado tomasse uma atitude drástica. Segundo o jornal Financial Times, o Bluebird Backcountry não terá teleféricos ou nenhum transporte motorizado. Quem quiser subir a montanha para esquiar, portanto, terá que fazer o caminho a pé.



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