“Veja Por Mim” usa tecnologia assistiva em favor do suspense | Crítica

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Por Renato Mota

Não é raro, no cinema, que novas (ou não tão novas) tecnologias sirvam de gancho para contar uma história. Tipo o laptop da filha do John Cho em ‘Buscando…’ (2018), o controle remoto mágico do Adam Sandler em ‘Click’ (2006) ou a informática de uma maneira geral no clássico ‘Hackers: Piratas de Computador’ (1995), estrelado pela Angelina Jolie. Mas são raros os filmes que usam uma tecnologia assistiva como recurso de roteiro, como é o caso de ‘Veja por Mim’, o suspense do diretor canadense Randall Okita, que estreia no Brasil na próxima quinta-feira (16).

Na trama, Sophie (Skyler Davenport, estreando nas telonas) é uma adolescente com deficiência visual que tem que cuidar da mansão isolada e do gato de Debra (Laura Vandervoort), que, recém-divorciada, vai fazer uma viagem de vários dias. Porém, três criminosos invadem a casa para roubá-la, e Sophie só possui como ajuda um aplicativo de smartphone chamado “See for Me”, que a conecta a Kelly (Jessica Parker Kennedy), uma ex-militar que passa seus dias jogando games de tiro online. Kelly não só tem que ser os olhos de Sophie durante a tensa situação, como usa seus conhecimentos para orientar a amiga a escapar.

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Diferente de outros filmes que retratam pessoas cegas, Sophie – que é uma ex-esquiadora diagnosticada com retinite pigmentosa – não ganha superpoderes quando perde a visão. E na mesma linha de produções mais recentes que contam com personagens com deficiência, como “O Som do Metal”, “Coda – No Ritmo do Coração” e até “Eternos”, da Marvel, ‘Veja por Mim’ conta com uma pessoa que realmente é deficiente visual interpretando a protagonista. Skyler Davenport é legalmente cega “Tenho uma condição neurológica, que se combinou com um derrame em 2012. A produção estava procurando por alguém que fosse cega e eu me candidatei”, conta, em entrevista exclusiva para o Olhar Digital.

Desde o começo do filme que Sophie não quer ser definida pela sua condição. Ela era uma atleta bem-sucedida antes do diagnóstico, e deseja continuar independente depois dele (para o terror da sua mãe). Isso inclusive cria um certo atrito com seu amigo Cam (Keaton Kaplan), que lhe ajuda nos treinos para os Jogos Paralímpicos e normalmente lhe serve de guia. Para Sophie, o aplicativo é uma forma de se virar sem a visão no dia a dia, sem criar um laço de dependência com a pessoa que está do outro lado, enquanto o trabalho de “babá de gatos” (e outras atividades) lhe garantem uma fonte de renda. Até que a jovem se vê trancada do lado de fora da mansão e se conecta com Kelly.

Davenport conta que pouco da sua rotina é a mesma da personagem. “Minha perda de visão é diferente, mas eu uso bastante fone de ouvido, como Sophie, e o recurso de voz-para-texto do smartphone, porque digitar é muito difícil para mim”, explica. O aplicativo, que é ponto central da trama, porém, é uma novidade. “Até ver o script não sabia que existiam esses aplicativos que ajudam as pessoas. Achava que os roteiristas tinham inventado. Seria bom ter um desses nos primeiros anos após o derrame”, completa Davenport, que não é muito usuária de tecnologia. “Para mim, usar muito o smartphone é fisicamente difícil. Uso para trabalho, e-mail, ver algumas coisas no YouTube, mas não aguento muito tempo se tiver que ler”.

Assista ao trailer:

A trama de gato e rato entre Sophie, Kelly e os bandidos possui diversos pontos de virada que ajudam a manter a tensão alta nos mais de 90 minutos de filme. E elas acontecem principalmente ao subverter nossas expectativas em relação aos personagens. Sophie está longe de ser a “ceguinha boazinha e inocente”, Kelly é bem mais do que uma gamer de computador e os bandidos, possuem, cada um, suas motivações para o crime.

Particularmente, tenho um fraco por filmes que se passam em um curto período de tempo. Nesse sentido, o roteiro de Adam Yorke e Tommy Gushue é muito competente em usar o dia de Sophie na mansão para nos habituar ao lugar, ao mesmo tempo que constrói a relação da jovem com Kelly, e a noite para conduzir o roubo e a perseguição dos bandidos. Nas cenas mais tensas, as sequências do ponto de vista da câmera do celular criam uma perspectiva em primeira pessoa que lembra filmes de “found footage”, como “A Bruxa de Blair” (1999), porém com o dinamismo de um jogo de videogame.

Essa estética gamer também pode ser traduzida na interação entre Kelly e Sophie. A ex-militar orienta a babá a partir dos seus monitores de jogos, sentada numa cadeira gamer e com seus fones de ouvido Alienware. É como se Sophie fosse a personagem de Kelly em um jogo de terror/suspense tipo “Resident Evil” ou “Silent Hill”. Só com a diferença que parara a garota cega, o terror é de verdade e não tem vidas extras, o que a torna uma personagem de jogo um tanto quanto rebelde.

‘Veja por Mim’ foi filmado no Canadá em 2020, por causa da pandemia de covid-19 só estreou no festival de Tribeca em 2021, passou por alguns festivais independentes e só chega aos cinemas agora, no meio de 2022. Entretanto, graças ao público que viu o filme e comentou nas redes sociais, o longa foi criando momentum entre os fãs de suspense e ajudou a chamar atenção para o trabalho de Davenport – que por causa do isolamento da quarentena, só pode acompanhar de longe. “Acompanhei tudo do meu apartamento. Sabia que iria estrear em Tribeca, mas não que iria para outros festivais antes de chegar ao circuito comercial. Descobri quando as pessoas estavam tuitando para mim, me mandando parabéns”, lembra.

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