Único remanescente do Panic! at the Disco que surfou com sucesso a onda do emocore na década passada, o vocalista Brendon Urie abriu o show no Palco Mundo do Rock in Rio com uma sequência que evidencia o momento pop da banda. “Victorious”, “Silver lining” e “Don’t threaten me with a good time”, todas lançadas nos últimos três anos, empolgaram os fãs mais assíduos, mas o público geral — bem superior ao de Nile Rodgers & Chic — optou por descansar para o Red Hot Chili Peppers que se aproxima.
A mudança de Urie é visual também. O habilidoso vocalista abriu mão dos apetrechos e maquiagens teatrais burlescos de dez anos atrás e abraçou um look que teve blaser dourado (inspirado em Brandon Flowers, vocalista do Killers, também de Las Vegas) e depois um pretinho básico. E impactou ainda na formação da banda, que hoje tem a baixista Nicole Row, cheia de poses rock, como o grande destaque individual, além das intervenções classudas de violinos no som que remete a um pop-rock dos dias de hoje.
É quase como se o Panic! at the Disco tivesse dois momentos distintos: o antes e depois do emo, que perdeu força lá por 2012. E Urie só traz, no repertório, duas músicas daquele período de ouro da turma da sofrência adolescente — “Nine in the afternoon” e “I write sins, not tragedies”. Dá para entender. Por mais que canções da época de “A fever you can’t sweat out” (2006), que chegou vender 2 milhões de cópias, tenham feito o nome da banda e garantido a base de fãs, muitas hoje poderiam soar datadas. E, ao se aproximar de artistas como Taylor Swift, com quem gravou “ME!” neste ano, ajudou a renovação.
Por isso, Urie justificou, antes de “I write sins, not tragedies”, grande hit da fase caberística, que garantiu o primeiro momento de empolgação geral do show:
— Sei que muitas aqui estão com a gente há mais de dez anos. E eu adoro isso. Aqui vai uma daquela época.
Na sequência, veio uma responsabilidade e tanto: a ideia de fazer uma versão de “Bohemian Rhapsody”, do Queen, atração mais marcante da primeira edição do Rock in Rio, em 1985. Os arranjos foram mantidos, e por mais que Urie não seja um Freddie Mercury, a versátil extensão vocal do americano, que assumiu o piano para o número, segurou a onda e a Cidade do Rock respondeu como no karaokê.
A despedida veio estratégica. O Panic! escolheu “High hopes”, canção que sintetiza esse direcionamento pop-rock do som da banda, para encerrar o show. Lançada em 2018, ela chegou ao quarto lugar das paradas americanas, algo nunca conquistado por Urie até então. Pela reação do público, era melhor voltar ao lápis de olho.
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