A partida entre Vasco e Bangu serve de ponte que liga o passado ao presente de Thiago Galhardo. Do começo no time de Moça Bonita, em 2010, ao auge da carreira em São Januário, muita coisa mudou. Mas certas coisas no camisa 8 seguem intactas, nove anos depois.
Neste sábado, às 19h, na Colina, será a primeira vez que enfrentará o ex-clube pelo Cruz-maltino. Ele corre o risco de começar no banco, diante da ascensão de Bruno César. Ano passado, quando pedia mais espaço, exagerou e reclamou publicamente. Reflexo da personalidade forte.
– Ele chegou para jogar já pela equipe sub-20 do Bangu e sempre mostrou capacidade de liderança grande, sem ter papas na língua – lembrou o presidente do clube da Zona Oeste, Jorge Varela.
Em São Januário, Galhardo caiu nas graças da torcida muito pela forma como atua mesmo sob pressão. Ele faz o estilo de jogador que chama a responsabilidade, algo vivo na lembrança de quem acompanha o Bangu. Em 2012, retornou ao Alvirrubro depois que o time perdeu todas as sete partidas da Taça Guanabara. Ao lado do atacante Almir, foi um dos responsáveis pelo primeiro lugar na Taça Rio daquele ano.
A parceria com veteranos também é recorrente na carreira de Galhardo. Ele colou com Almir no Bangu sete anos atrás e hoje é um dos principais amigos de Maxi López no elenco. Foi o argentino um dos maiores defensores de sua titularidade na reta final do Brasileiro do ano passado.
Galhardo fará 30 anos em julho e, mesmo sem nunca ter sido titular incontestável por muito tempo, vive na Colina o auge tardio na carreira. Para se ter uma ideia, se tudo correr bem, será o primeiro time que defenderá por dois anos seguidos desde que deixou o Bangu. Foram 13 clubes diferentes até encontrar o reconhecimento.
– Acho que cada jogador tem seu tempo de amadurecimento. Só tenho coisas boas para falar do Thiago. Ele só dava trabalho para negociar o contrato, sempre achava que merecia ganhar mais – lembra Varela, aos risos.