João Doria até anunciou uma “Little Seul”, que ficou só na promessa, mas há um achado no Bom Retiro à espera do status que merece. Com sete prédios, entre três e dez andares, e 700 metros de vitrines, o Centro Comercial Bom Retiro (1957-1961) é até hoje uma quadra aberta, apesar da preservação precária.
Tudo o que as empresas de tecnologia buscam para agradar a seus jovens profissionais — áreas de descanso ao ar livre, bares e cafés perto do trabalho, uma relação menos enclausurada com a rua — sobra por ali, em uma rara vizinhança multiétnica. As ruas internas remetem a vielas europeias. Apesar da boa ocupação de lojas, há muitos andares vazios de escritórios.
O empreendimento juntou um timaço (os arquitetos Luciano Korngold, Maria Bardelli e Ermanno Siffredi, e os incorporadores Alfredo Mathias, Jacob Lerner e Benjamin Citron), mas o timing errado: os vizinhos trocavam o Bom Retiro por Higienópolis, o uso do carro crescia, e os apartamentos originais foram eliminados. Hora de voltar com eles, e com coworkings e negócios antenados.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 11 de setembro de 2019, edição nº 2651.
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