Um mês sem Avianca: aéreas têm 9% menos lugares e preços nas alturas

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Junho foi o primeiro mês completo em que os aeroportos brasileiros operaram sem os voos da companhia aérea Avianca, em recuperação judicial desde dezembro do ano passado e que paralisou completamente as atividades no fim de maio. E o resultado é estarrecedor, ao menos para os consumidores.

A oferta de assentos no mercado doméstico, isto é, para voos com origem e destino dentro do país, teve queda de 9,2% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, ainda que a demanda de passageiros tenha caído menos, em cerca de 4,7%.

Os dados de junho foram divulgados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) nesta sexta-feira, 26, mostrando que a oferta de voos caiu muito mais do que o número de passageiros querendo viajar.

Em maio, quando a Avianca operou em baixa capacidade ao longo do mês até parar de vez, a oferta no mercado doméstico já havia caído 8% na comparação com maio de 2018, enquanto a demanda caiu 2,1%.

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Com a queda, junho teve 8,5 milhões de poltronas oferecidas para compra, a menor oferta total de assentos no mercado doméstico desde o mesmo período em 2010.

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Neste cenário, os aviões também ficaram mais cheios: a ocupação das aeronaves subiu 4,9%, para quase 82% das poltronas ocupadas em cada voo. O transporte de cargas também caiu 16,6%, para 34,3 toneladas.

A Avianca, até então quarta maior empresa do mercado doméstico, parou de operar em meio a dívidas de 2,8 bilhões de reais.

Com a saída da companhia aérea, o mercado doméstico ficou na mão das concorrentes Gol, Latam e Azul, que responderam em junho por 99,6% dos voos dentro do território brasileiro.

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Preços mais altos

Quem se deu mal com a saída da Avianca e a diminuição da concorrência foram os passageiros, que viram os preços das passagens nos últimos meses subirem sobremaneira.

Levantamento do buscador de preços de passagens Voopter, feito a pedido de EXAME, mostrou que, em abril, quando o número de voos da Avianca teve a maior queda, mais que dobraram de preço algumas rotas saindo dos dois aeroportos do Rio de Janeiro, como Galeão-Brasília (alta de 114% no preço médio), Santos Dumont-Salvador (140%) e Galeão-Guarulhos (104%).

E não parou por aí: entre 24 e maio e 4 de junho, últimos dados disponíveis, as principais rotas do país continuaram vendo seus preços subir, mesmo as que já tinham dobrado o preço, como Galeão-Guarulhos (que subiu outros 37%) e Santos Dumont-Salvador (que dobrou novamente o preço). O ticket médio da ponte aérea Rio-São Paulo via Santos Dumont-Congonhas também subiu mais de 80% no período.

Essas altas aconteceram mesmo em meses que o setor costuma considerar de baixa temporada, após o carnaval e antes do início das férias escolares no fim de junho e começo de julho.

Azul, Gol e Latam informaram ao jornal O Estado de S.Paulem maio que trabalham com preços dinâmicos, que variam conforme antecipação da compra e sazonalidade, entre outros fatores, e que os valores também mudam de acordo com elementos externos como preço do combustível e do dólar.

Menos viagens

Os preços mais altos e as opções de voos limitadas fizeram os brasileiros viajarem menos de avião. O número de passageiros transportados caiu 2,7% em junho, para 7 milhões de pessoas em voos domésticos.

Foi a primeira vez desde 2016 que o número de passageiros caiu no segundo trimestre — naquele ano, o Brasil entrava em seu segundo ano seguido de recessão, com queda no Produto Interno Bruto, o que contribuiu para que os brasileiros procurassem menos voos e a demanda caísse 10,8% no segundo trimestre.

Com exceção de 2016, contudo, desde 2004 o número de passageiros no mercado doméstico tinha resultado positivo no período, em maior ou menor grau (como mostram as colunas azuis no gráfico abaixo).

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Nos últimos dois anos, apesar do ainda lento avanço da economia brasileira após os anos de recessão, o número de passageiros vinha se recuperando da queda de 2016 e subiu 2,2% no acumulado de 2017 e 3,3% em 2018.

A expectativa para 2019 era continuar o crescimento: antes de a Avianca retirar a maioria de seus aviões de circulação, o primeiro trimestre havia tido a maior alta no número de passageiros desde 2014.

Quem ganhou com a saída da Avianca?

Quem agradece a alta dos preços são as companhias aéreas, que devem divulgar seus resultados do segundo trimestre a partir da semana que vem mostrando alta no faturamento e nas margens de lucro.

Mas ninguém ganhou tanto com a saída da Avianca quanto a Azul, não porque necessariamente tenha os preços maiores, mas porque foi a que mais conseguiu preencher o espaço deixado pela concorrente.

A Gol é a líder da aviação brasileira, com 40% do mercado doméstico em junho, seguida por Latam (34,1%) e Azul (25,4%). O mercado doméstico também conta com as empresas Passaredo, Map, Total, Two e Sideral, que juntas representam menos de 0,5% do setor.

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Todas as três líderes cresceram com a saída da Avianca, mas ninguém mais do que a Azul, que, no fim do ano passado, quando a Avianca ainda operava normalmente, tinha apenas 18,6% do mercado, enquanto a Avianca tinha 13,4%.

A Azul já aumentou sua participação de mercado em 22,3% no acumulado de 2019, enquanto Gol e Latam subiram apenas 4,1% e 2%, respectivamente. A brasileira Map também cresceu 6,5%, mas ainda tem apenas 0,3% do mercado. A título de comparação, no ano passado inteiro, a Azul havia crescido somente 4,4%, enquanto Gol e Latam perderam entre 1% e 2% de sua fatia de mercado.

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Uma decisão da Anac divulgada nesta semana que fará a Azul ser considerada uma “entrante” no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, pode fazê-la abocanhar os espaços de pouso e decolagem da Avianca no aeroporto e começar a operar na ponte Rio-São Paulo, a rota mais cobiçada do mercado doméstico brasileiro.

O objetivo, segundo a Anac, é recompor a oferta de voos, reduzida após a paralisação da Avianca, aumentar a competição naquele mercado e oferecer aos passageiros novas opções de serviços.

Fundada em 2008, a Azul apostou em rotas diferentes das que já eram dominadas pelas grandes companhias, e entrar na ponte aérea seria o movimento mais importante da história da empresa. 

No limite, a entrada da Azul em Congonhas pode diminuir os preços e aumentar a oferta de voos na ponte aérea, beneficiando o consumidor. A concorrência também deve aumentar no futuro com a chegada de companhias estrangeiras no mercado doméstico brasileiro.

Até então, companhias aéreas estrangeiras eram proibidas de operar voos com origem e destino no Brasil. A regra mudou neste ano, após a aprovação de uma Medida Provisória que vinha desde o governo do ex-presidente Michel Temer (PMDB).

A espanhola Air Europa foi a primeira estrangeira a solicitar registro para operar no mercado doméstico nacional, embora ainda não haja previsão sobre quando suas atividades podem começar. Para o consumidor, contudo, quanto mais empresas chegarem, melhor.



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