O momento da Uber não é dos melhores. A empresa segue perdendo rios de dinheiro a cada trimestre, com prejuízos recorrentes de mais de US$ 1 bilhão, e isso começa a ser sentido pelos funcionários. A companhia anunciou uma terceira leva de demissões em massa, dessa vez atingindo principalmente as equipes de Uber Eats e de desenvolvimento de tecnologia para veículos autônomos.
No total, são 350 funcionários que serão desligados da empresa, segundo o comunicado, que descreve o momento como “mudanças difíceis, mas necessárias”. Eles se juntam a outros 400 ligados ao marketing que haviam sido demitidos em julho e mais 435 demitidos em setembro, vinculados principal ao time de engenharia.
Segundo a Uber, os 350 empregados demitidos hoje formam 1% do total da força de trabalho da companhia globalmente. Já os 400 do marketing equivaliam a 33% do total do número de pessoas do setor no mundo inteiro, enquanto os 435 de engenharia respondiam por 8% do setor.
No último trimestre, a Uber registrou um prejuízo de US$ 5 bilhões, o maior de sua história, o que forçou a companhia a rever algumas coisas. É um fato que essa quantia tão alta está ligada aos custos da abertura de capital na bolsa de valores, sendo, por tanto, formada por custos não-recorrentes, mas ainda assim a quantia assusta. A preocupação do mercado é de que a Uber não consiga transformar sua grande base de usuários em lucro em algum momento futuro.
Em setembro, o CEO da Uber Dara Khosrowshahi havia afirmado que as demissões são resultado de uma reestruturação, fruto do amadurecimento como empresa, que deixa a fase de startup em expansão desenfreada, o que envolvia a contratação de pessoas em excesso, para tornar-se uma companhia estabelecida. No comunicado desta segunda-feira, ele reafirma isso. “Todos precisamos ter um papel para estabelecer um novo normal em como trabalhamos: identificar e eliminar trabalho duplicado, manter um alto padrão de desempenho, dar feedback direto e tomar ação quando expectativas não são alcançadas, e eliminar a burocracia que tende a se acumular conforme empresas crescem”, afirma Dara em comunicado.
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