Dezenas de pessoas enterradas a cerca de 7 mil anos tiveram seus restos mortais encontrados em um túmulo escavado em Omã, país localizado na Península Arábica, no Oriente Médio.
Essa tumba está entre as mais antigas estruturas feitas pelo homem já encontradas na região. “Nenhuma sepultura da Idade do Bronze ou mais antigas são conhecidas nesta área”, afirmou Elisabeta Danielisová, arqueóloga que lidera as escavações do Instituto de Arqueologia da República Tcheca em Praga, que faz parte da Academia Tcheca de Ciências (CAS). Segundo ela, a tumba foi descoberta há cerca de 10 anos por meio de fotografias de satélite.
Essa descoberta faz parte de um projeto abrangente, descrito em um relatório que diz que as paredes do túmulo foram feitas com fileiras de lajes de pedra finas, chamadas silhares, apresentando duas câmaras funerárias circulares no interior, divididas em compartimentos individuais. Toda a sepultura era coberta com um telhado de silhares, que desabou parcialmente, provavelmente por causa das chuvas de monção anuais.
Em cada uma das câmaras funerárias, havia vários “aglomerados de ossos”, o que pode sugerir que os mortos foram deixados ali para se decompor antes de serem depositados no túmulo.
Outro túmulo menor foi encontrado ao lado do principal, que os arqueólogos acreditam ter sido construído um pouco mais tarde. Danielisová disse que há evidências de que os mortos foram enterrados em momentos diferentes, e três túmulos de pessoas da cultura Samad, que viveram milhares de anos depois, foram encontrados nas redondezas.
“A próxima etapa será realizar avaliações antropológicas e bioquímicas dos restos humanos – como análise de isótopos, um olhar sobre os diferentes nêutrons nos núcleos de vários elementos-chave – para aprender mais sobre as dietas, mobilidade e demografia das pessoas que foram enterradas na tumba”, disse a pesquisadora.
A equipe também espera encontrar um antigo assentamento próximo onde as pessoas possam ter vivido. O trabalho no túmulo é um dos vários projetos arqueológicos em Omã liderados por cientistas da República Tcheca.
De acordo com um comunicado do CAS, esses projetos incluem uma expedição na província de Dhofar, no sul de Omã, que encontrou um machado de mão de pedra que pode remontar às primeiras migrações humanas para fora da África, entre 300 mil e 1,3 milhão de anos atrás.
Para estimar a idade dos achados, os pesquisadores estão usando técnicas de datação fornecidas pelo Instituto de Física Nuclear do CAS.
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