Taxa de desemprego cai para 11,8% em agosto e informalidade é recorde

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Segundo o IBGE, 12,3 milhões de pessoas ainda estão sem emprego no país; do total da população com trabalho, 41,1% exerce atividade fora do mercado formal

Por Larissa Quintino

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27 set 2019, 09h29

O Brasil registrou 12,3 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em agosto. O número representa uma queda de 11,8% em relação ao trimestre encerrado em maio, quando a taxa era de 12,3%. A queda, no entanto, foi puxada por um número recorde de trabalhadores informais, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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Entre junho e agosto,  684 mil trabalhadores entraram no mercado, totalizando 93,6 milhões de ocupados, o maior número desde 2012. Desse total, entretanto, 87,1% entraram no mercado na via informal. Com isso, segundo o IBGE, 41,4% da população ocupada se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser produzido.  Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).

Os empregados sem carteira assinada totalizaram 11,8 milhões de pessoas e os por conta própria somaram 24,3 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em agosto, os maiores contingentes da série histórica, iniciada em 2012.

A analista da Pnad Contínua, Adriana Beringuy, afirma que com o aumento da informalidade, apenas 62,4% da população ocupada contribuiu para a previdência oficial no trimestre encerrado em agosto. “Há um movimento de queda desde o início do ano”. Essa queda pode contribuir com o aumento do déficit tá Previdência, já que, com menos gente pagando há menos dinheiro para pagar a aposentadoria de trabalhadores que já saíram do mercado.

Segundo o diretor adjunto de Pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo, nesta época do ano a expectativa é de aumento expressivo da população ocupada, com impacto na massa de rendimento, que está estável em seu patamar mais alto, de 209,9 bilhões de reais. Já o rendimento médio ficou em 2.298 reais, também com estabilidade.

“Esse aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de trabalho de forma virtuosa”, explicou Cimar.

Entre os setores, a ocupação cresceu em relação ao trimestre anterior na indústria (2,3%, ou mais 272 mil pessoas) e na construção (2,8%, ou mais 181 mil pessoas). Na construção, foi o primeiro aumento significativo após sete trimestres, enquanto a indústria cresceu pelo segundo trimestre consecutivo, acumulando 545 mil novos postos de trabalho nesse período. “No caso da construção, é um grupamento que sofreu muito com a crise. Essas obras paradas demitiram muitos trabalhadores de ‘chão de fábrica’. A gente precisa aguardar mais edições da pesquisa para entender se isso sinaliza uma recuperação”, avaliou Cimar.

Desalento cai

A taxa de subutilização caiu para 24,3%, puxada pelo aumento da ocupação e pela queda de 3,9% na população desalentada, que reúne 4,7 milhões que desistiram de procurar trabalho. É o primeiro recuo significativo de desalentados em pouco mais de cinco anos, desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2014.

Já o número de subocupados por insuficiência de horas, aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais, está em 7,2 milhões de pessoas. Apesar de representar estabilidade em relação ao trimestre anterior, é o maior contingente desde 2012.



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