Parece uma blitz improvisada para pegar os infratores da Lei Seca. Infelizmente, é o resultado da “revitalização” do Arouche prometida em 2017: as balizas pintadas de preto e amarelo, recém-instaladas, já estão tortas, caindo ou até balançam com o vento. Uma das praças mais bonitas e históricas do centro, que certamente melhoraria muito apenas com um pouco mais de zeladoria, recebeu reforma com escassa atenção aos detalhes.
O piso foi concretado por todos os lados (as enchentes não foram suficientes para educar a própria prefeitura sobre a necessidade de pisos mais permeáveis). Os novos bancos, sem encosto, parecem saídos de algum balneário decadente dos anos 1970. A administração municipal fez um concurso para escolher novo mobiliário urbano em 2016, mas nenhuma das peças vencedoras foi utilizada ainda.
O ponto considerado mais crítico do Arouche, as sofridas bancas de flores, não receberam um centavo da tal reforma. Além de maltratadas, elas são totalmente fechadas para o próprio largo. Infelizmente, as costas das bancas viraram mictório há tempos (a promessa de banheiros públicos por ali tampouco saiu). O projeto apresentado em 2017 pelo escritório de arquitetura franco-brasileiro Triptyque ao então prefeito João Doria, artífice da prometida renovação, previa que as bancas seriam abertas para os dois lados, levando vida àquele canto.
A proposta, a bem da verdade, já contava com premissas equivocadas desde o início. Doria falou em criar um “bulevar francês”, como se a presença das bancas de flores e do restaurante La Casserole fosse suficiente para evocar o Marais. O projeto inicialmente foi orçado em 6 milhões de reais, dos quais só foram arrecadados 2,5 milhões, principalmente com doações de multinacionais francesas. Dinheiro mais que suficiente para resultado tão modesto.
A prefeitura tem bastante experiência em pagar por serviços com acabamento chinfrim. A falha é suprapartidária. A gestão Fernando Haddad entregou o “novo” calçadão da Rua Sete de Abril, com 3 120 metros quadrados em apenas dois quarteirões, já com buracos, desníveis e infiltrações na própria inauguração, no fim de 2016 — ao custo de 2,1 milhões de reais (2,8 milhões em valores corrigidos). Antes dele, entre 2006 e 2007, o prefeito Gilberto Kassab também fez uma reforma nas calçadas dos 3 quilômetros da Rua Augusta. Os 16 000 metros quadrados de calçadas reformados custaram 2,2 milhões de reais (4,9 milhões hoje), mas estrearam na passarela com placas descoladas, níveis irregulares e afundamentos, como também noticiou a imprensa à época. As desculpas vão da falta de experiência dos fornecedores à mão de obra sem treinamento. Mas esse histórico recente causa mais temor quando se aguarda o resultado da reforma dos 40 000 metros quadrados do Vale do Anhangabaú do governo Bruno Covas.
Publicado em VEJA SÃO PAULO de 25 de março de 2020, edição nº 2679.
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