Prevista para chegar entre maio e junho em Marte, a sonda chinesa Tianwen-1 tirou fotos em alta resolução quando estava cerca de 350 quilômetros acima do planeta vermelho. As imagens, duas em preto e branco e uma terceira colorida, mostram crateras, cumes de montanhas e dunas de areia no Polo Norte marciano e foram divulgadas pela Administração Espacial Nacional da China (CNSA, na sigla em inglês).
Tianwen-1 é a primeira sonda enviada pela China para Marte e foi lançada em 23 de julho de 2020 por um foguete do Centro de Lançamento de Satélites Wenchang, localizado na província chinesa de Hainan.
Esta é 46ª missão lançada para exploração do planeta vermelho desde outubro de 1960, quando a União Soviética enviou a primeira espaçonave com destino a Marte, que fica a 480 milhões de quilômetros da Terra.
Apenas 19 dessas missões foram bem-sucedidas, inclusive a do rover Perseverance, da Nasa, que pousou no dia 18 de fevereiro deste ano. Veja como foi no vídeo abaixo:
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Tianwen-1 ajustou sua órbita ao redor de Marte
A sonda chinesa Tianwen-1 acionou seus propulsores no dia 15 de fevereiro em uma manobra para se colocar em uma órbita polar ao redor de Marte.
“O principal objetivo da missão é buscar e mapear a distribuição de água congelada na superfície e subsolo” de Marte, disse Long Xiao, cientista planetário na Universidade Chinesa de Geociência, em declaração ao site Space News. Também serão conduzidos estudos da ionosfera e magnetosfera do planeta.
Os dois possíveis locais de pouso do rover são uma região conhecida como Chryse Planitia, ao norte do Equador de Marte e a leste da região de Tharsis, e a Utopia Planitia, local de pouso da missão norte-americana Viking 2 em 1976. As coordenadas exatas são mantidas em segredo.
Tianwen-1: sequência de pouso em Marte
“Quando o módulo de pouso (lander) entrar na atmosfera marciana, ele enfrentará altas temperaturas e sua trajetória será desviada devido a efeitos aerodinâmicos, o que terá um impacto negativo na desaceleração”, diz Tan Zhiyun, vice-projetista chefe da espaçonave na China Aerospace Science and Technology Corporation, em declaração ao canal estatal de TV China Central Television (CCTV). “Considerando a imprevisibilidade da atmosfera marciana, haverá muita incerteza e riscos”, afirmou.
A seguir o lander acionará seu paraquedas, reduzindo sua velocidade para menos de 100 metros por segundo (cerca de 360 km/h). “O processo vai levar entre 80 e 100 segundos. Quando chegar a 100 metros sobre a superfície de Marte, ele irá pairar”, disse Tan.
Neste momento, um sensor de micro-ondas capaz de medir distância e velocidade irá mapear a superfície, e uma câmera laser tridimensional irá fotografar o local de pouso. Se necessário o lander poderá fazer manobras de translação (movimentos laterais) para se assegurar de que pousará em um local seguro.
Todo o processo, do início da descida até o lander tocar o solo, levará cerca de nove minutos, durante os quais ele irá desacelerar de 17.600 km/h para zero. Miao Yuaming, vice-projetista chefe de sondas marcianas na China Aerospace Science and Technology Corporation, lembrou aos repórteres da CCTV que das 44 missões lançadas rumo a Marte desde 1960, 25 resultaram em fracassos.
Entretanto, ele também lembrou que das dez missões mais recentes lançadas desde 2006 apenas uma fracassou, o que mostra o progresso que fizemos em anos recentes.
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