Snap tinha dossiê chamado “Projeto Voldemort” sobre avanços do Facebook

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É sabido que o Facebook, grupo de redes sociais presididas pelo fundador Mark Zuckerberg, tentou em 2013 comprar a Snap, empresa dona do aplicativo de mesmo nome com imagens que desaparecem. Também é sabido que, diante das sucessivas recusas do concorrente, Zuckerberg decidiu replicar o recurso de imagens temporárias da rival na ferramenta Stories, do Instagram, e depois nos outros aplicativos sob seu comando, como o WhatsApp e o próprio Facebook.

Mais de cinco anos depois, uma reportagem do jornal The Wall Street Journal revelou nesta segunda-feira 22 que, durante todo esse tempo, os executivos da Snap mantiveram um dossiê com as investidas de Zuckerberg. O dossiê foi batizado de “Projeto Voldermort”, em referência ao vilão da saga Harry Potter.

Os executivos do Snap documentaram por anos as ações do Facebook que consideraram ser direcionadas a fazer o Snapchat quebrar. Algumas das ações incluíram convencer influencers ou usuários com alto número de seguidores no Instagram a não fazerem links para suas contas do Snapchat. O The Wall Street Journal ouviu fontes próximas à empresa, que afirmaram que o Snapchat também suspeitava que o Instagram impedia que conteúdo vindo do Snap ficasse popular na plataforma.

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Lord Voldemort, personagem de Harry Potter: escolhido pela Snap para batizar dossiê sobre o FacebookDivulgação

Os executivos da Snap e de outras empresas do setor vêm sendo ouvidos como parte de uma investigação sobre o Facebook feita pela Federal Trade Commission (FTC), agência reguladora de comércio nos Estados Unidos. A FTC já cobrou do Facebook neste ano uma das maiores multas da história, de 5 bilhões de dólares, sobre o vazamento de dados de usuários no escândalo da Cambridge Analytica. Agora, a agência tenta colher depoimentos que mostrem práticas do Facebook para inibir a concorrência e que fizeram que a rede social criada por Zuckerberg durante a faculdade passasse a ser usada por mais de 2 bilhões de pessoas no mundo.

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O Facebook tentou, em 2013, comprar o Snapchat por 3 bilhões de dólares. Evan Spiegel, presidente e fundador do app (que na época tinha apenas dois anos de existência), não aceitou a proposta por considerá-la baixa — ainda que ela estivesse acima da avaliação do Snapchat na época, que era de 2 bilhões de dólares.

Spiegel também esperava um rápido crescimento do aplicativo, o que elevaria ainda mais o valor da empresa. A empresa, que mudou o nome para Snap, abriu capital na bolsa em 2017 e hoje vale 23,6 bilhões de dólares.

O Facebook está preocupado com o que seus concorrentes podem começar a revelar à FTC. Segundo uma pessoa próxima ao assunto ouvida pelo The Wall Street Journal, a empresa está discutindo formas de melhorar suas relações no Vale do Silício. Oficialmente, uma porta-voz da empresa disse ao jornal que “negócios continuamente constroem e mudam conceitos e ideias no mercado — tornando-as melhores e levando-as para direções diferentes” e que isso “é bom para os consumidores”.

A investigação da FTC é uma das muitas envolvendo o Facebook e outras gigantes de tecnologia, tanto nos Estados Unidos quanto em outros lugares do mundo. Em setembro, uma comissão da Câmara dos Deputados americana pediu ao Facebook documentos sobre a compra do Instagram, em 2012, e do WhatsApp, em 2014.

A dura vida da Snap

Lançado em 2016, o Instagram Stories não foi a primeira tentativa do Facebook de copiar funções para concorrer com a Snap. Desde 2012, pouco antes de Spiegel recusar a oferta de compra, Zuckerberg já lançou os aplicativos Poke (em 2012) e Slingshot (em 2014), ambos com imagens que desapareciam. Os apps não vingaram, mas as investidas do Facebook para colocar funções do Snap dentro do Instagram foram mais bem sucedidas. Além do derradeiro golpe do Stories, o Facebook já vinha lançando funcionalidades parecidas com as do Snap anos antes: em 2014, criou o Direct, com a possibilidade de enviar mensagens aos amigos e em 2015, passou a ser possível compartilhar imagens da linha do tempo no Direct com os amigos.

No Brasil, por exemplo, o lançamento do Stories foi um baque na Snap, que começava a ganhar usuários. Uma reportagem de 2017 de EXAME mostrou que o tempo gasto pelos brasileiros no Snapchat tinha subido 31% entre outubro de 2015 e julho de 2016, mas caiu mais de 80% do lançamento do Stories, em agosto de 2017, até outubro do mesmo ano, segundo um levantamento da comScore no relatório Mobile Metrix, que levou em conta usuários com mais de 18 anos. Enquanto isso, o tempo gasto no aplicativo do Instagram subiu mais de 40% no período.

O aplicativo da empresa tem 203 milhões de usuários ativos diários, segundo dados do segundo trimestre de 2019. Uma das melhores notícias para a empresa em 2019 foi a alta nos usuários do sistema operacional Android, onde os downloads aumentaram 37% entre abril e junho deste ano graças a uma bem-sucedida atualização do aplicativo.

A Snap não divulga o número de usuários por país, mas estatísticas de julho de 2019 divulgadas pelo site Statista mostram que o Brasil é o quarto país com mais usuários do aplicativo, com quase 17 milhões de pessoas, atrás de Reino Unido, França e Estados Unidos. Os americanos têm quase metade dos usuários do Snapchat no mundo.

Brigar com o poderio das redes sociais de Mark Zuckerberg não é fácil, e mesmo gigantes como o Google já falharam nessa missão. Após o fracasso do Orkut — que basicamente só teve sucesso na Índia e no Brasil —, o Google lançou em 2014 a rede social Google Plus, que tentava fazer frente ao Facebook ao conectar amigos e permitir compartilhamento de conteúdo. Mas a plataforma nunca pegou.

A FTC tenta entender se os fracassos da concorrência são somente competência dos executivos subordinados a Zuckerberg ou se há mais coisas por trás do sucesso.

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