Serviços de mototáxi começam a circular legalmente em São Paulo

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Sem o peso da ilegalidade e prometendo viagens mais rápidas e mais baratas (20% a 30%) em relação às ofertadas pelos apps de carro, como Uber, serviços de mototáxi funcionam na capital desde 11 de setembro. Isso porque o Tribunal de Justiça de São Paulo julgou inconstitucional a Lei Municipal 16901, que proibia o modal. Duas empresas, a colombiana Picap e a brasileira UNE, começaram a oferecer o transporte, ainda não regulamentado. A reportagem testou a atividade dessas companhias, que, em razão das frotas ainda reduzidas, nem sempre tinham motoristas disponíveis.

Uma viagem entre a Avenida Paulista e a Freguesia do Ó na hora do almoço, por exemplo, levou dezoito minutos e custou 21 reais. O mesmo caminho levaria trinta minutos e custaria 26 reais de carro. Outro trajeto, feito da Avenida Brigadeiro Faria Lima à Rua Augusta no fim da manhã, ficou por 13 reais e foi concluído em dez minutos. Em um automóvel, os valores saltariam para 21 minutos e 16 reais.

Apesar da vantagem numérica de preço e tempo gasto, outros fatores devem ser observados na escolha desse meio de transporte. Nos itinerários percorridos pela reportagem, nada de touquinha higiênica sob o capacete ou tamanhos diferentes do acessório, item de segurança. Alguns mototaxistas não cumpriram leis de trânsito. Verificou-se, por exemplo, o avanço de sinais vermelhos, circulação das motocicletas na contramão e excesso de velocidade, além da clássica “costurada” entre veículos.

Para caroneiros inexperientes, existem ainda outros problemas. Antes das viagens, não houve nenhuma orientação dos motoqueiros sobre os movimentos que têm de ser feitos no percurso (o corpo do passageiro deve sempre acompanhar os deslocamentos do motorista). Os suportes para apoiar as mãos também não são regulares e padronizados, o que dificulta o equilíbrio de quem anda atrás.

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lucianorosa_mototaxi_4.jpg Serviços de mototáxi começam a circular legalmente em São Paulo
O mototaxista Luciano Rosa: trabalho para complementar a rendaVeja SP

Motoboy e mototaxista, Luciano Rosa tem utilizado a UNE para complementar a renda. Assim como vários outros ouvidos por Vejinha, ele se desdobra entre entregas e passageiros ao longo do dia, trabalhando para vários apps e empresas. “A gente precisa obedecer ao Código de Trânsito e dirigir com cuidado, pensando também no passageiro.” Do outro lado da tela, a vendedora Bárbara Lanzoni conta que adotou o meio de transporte para ir ao trabalho. Seu percurso mais comum, entre a Zona Norte e o centro, ficou mais rápido. “Os motoboys têm sido cuidadosos, e também há riscos para quem anda de carro. Acho que o mototáxi vai ajudar muita gente.”

O secretário de Mobilidade e Transportes, Edson Caram, discorda. “O serviço de mototáxi não é bem-vindo à cidade”, afirma. Ele diz que a prefeitura vai recorrer da decisão do TJ e, caso perca, endurecerá a legislação para dificultar sua implementação, por exemplo, exigindo capacetes de tamanhos diferentes. Segundo dados do Infosiga, das 888 mortes registradas no trânsito paulistano no ano passado, 361 envolveram motociclistas. “Utilizar motos para transporte de pessoas é um descalabro”, opina Horácio Figueira, consultor em segurança no trânsito.

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Barbara Lanzoni: usuária de mototáxiVeja SP

Sucesso na Colômbia, a Picap espera se reunir com a secretaria em breve para discutir a regulamentação. “Toda inovação gera discussão, mas o Brasil está num momento legal para isso”, diz o CEO da empresa no Brasil, Diogo Travassos. Operando desde julho no país, a Picap investiu cerca de 1 milhão de reais e possui 8 000 mototaxistas entre São Paulo, Rio e Recife. Por enquanto, todo o valor das corridas é repassado aos condutores, para fortalecer o mercado. A UNE, criada em Maceió, se aproxima dos 1 000 cadastrados em São Paulo. A empresa oferece cursos para capacitar os motoristas no transporte de passageiros e busca contratar seguros para proteger mototaxistas e clientes.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 06 de novembro de 2019, edição nº 2659.



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