RIO – Com o fim do prazo para que sejam apresentados as Declarações do Controle de Estabilidade (DCE), a Vale
informou nesta segunda-feira que não conseguir apresentar o laudo para 17 barragens localizadas em Minas Gerais
. As estruturas serão interditadas, como parte do protocolo de segurança — sete delas já estavam com as atividades paralisadas por este motivo, e dez passarão por este processo a partir de agora. Entre elas, está a barragem VI da Mina Córrego do Feijão, afetada pela tragédia de Brumadinho
em janeiro. A renovação do status de estabilidade ocorreu, segundo a mineradora, em 80 reservatórios.
Já estavam interditadas, por elevação dos níveis dos alertas de segurança, as barragens de Barão de Cocais (B3 e B4), Macacos, Vargem Grande, Ouro Preto (Forquilha I, II, III e Grupo). Neste conjunto, há três estruturas com risco de nível 2 e quatro em nível 3, o máximo indicativo de possibilidade de rompimento.
Sem o laudo e elevadas ao primeiro patamar de emergência, as 10 barragens interditadas são: Dique Auxiliar da Barragem 5, da Mina de Águas Claras; Dique B e barragem Capitão do Mato, da mina de Capitão do Mato; barragem Maravilhas II, do complexo de Vargem Grande; dique Taquaras, da mina de Mar Azul; barragem Marés II, do complexo de Fábrica; barragem Campo Grande, da mina de Alegria; barragem Doutor, da mina de Timbopeba; Dique 02 do sistema de barragens de Pontal, do complexo de Itabira e a barragem VI, da mina do Córrego de Feijão.
Em nota, a Vale informou que “está trabalhando com seus técnicos e especialistas de renome mundial em investigações complementares para garantir que o modelo utilizado pelos auditores externos está adequado e já está planejando medidas de reforço para o incremento dos fatores de segurança destas estruturas”. Segundo a empresa, a produção nas referidas localidades só será retomada quando for possível assegurar a segurança das estruturas em questão.
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Na manhã do dia 25 de janeiro, a barragem da Mina do Feijão, de propriedade da Vale, se rompeu na cidade de Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte, MG. As buscas por sobreviventes se iniciaram logo em seguida, a partir da estimativa de que havia mais de 300 desaparecidos. Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERSEquipe do Corpo de Bombeiros trabalha na busca de vítimas do rompimento da barragem. Helicópteros ajudaram os profissionais a alcançarem as áreas mais inacessíveis em meio ao ‘mar de lama’. Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERSVista aérea de uma ponte que tombou após o colapso da barragem da Mina do Feijão. A torrente de lama provocou a destruição de casas e plantações vizinhas à mineradora. Foto: DOUGLAS MAGNO / AFPMarcelle Porto Cangussu, médica da Vale, foi a primeira vítima identificada no rompimento da barragem de Brumadinho. Ela havia completado 35 anos no dia anterior ao acidente. Foto: Terceiro / Agência O GloboEmerson dos Santos, 30 anos, ficou em pé no telhado da casa de sua família para observar o rastro de destruição deixado pelo tsunami de lama que saiu da barragem da Vale. Foto: MAURO PIMENTEL / AFPÀ medida que avançaram os trabalhos de resgate, corpos começaram a cruzar o céu da cidade mineira. A catástrofe passou a comover não só equipes de socorro, mas também milhares de pessoas que passaram a trabalhar como voluntárias no atendimento aos parentes de vítimas do desastre. Foto: Daniel Marenco / Agência O GloboBombeiros constatemente foram vistos sujos de lama após procura por vítimas no povoado em Brumadinho. Foto: Daniel Marenco / Agência O GloboSoldados do Corpo de Bombeiros precisaram de fôlego para enfrentarar o terreno instável formado por rejeitos de minério. Foto: Daniel Marenco / Agência O GloboDiversos animais sofreram com a devastação provocada pela lama. Alguns acabaram sendo abatidos pela Polícia Rodoviária Federal com rifles sanitários. A eutanásia (feita através de uma injeção, na maioria dos casos) foi a opção para os que não tinham como ser resgatados e estavam agonizando. Foto: Márcia Foletto / Agência O GloboAlém de bovinos e de animais de estimação, outros animais ficaram coberto de lama e foram resgatados por moradores e por Bombeiros. Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERSRejeito de lama do rompimento da barragem atingiu também as águas do Rio Paraopeba, em Brumadinho. A água ficou da cor dos rejeitos. Foto: Alex de Jesus / O Tempo / Agência O GloboUm altar em homenagem às vítimas foi montado no letreiro com o nome de Brumadinho. Na foto, uma mulher acende uma vela durante um ato em memória das vítimas. Foto: WASHINGTON ALVES / REUTERSPessoas rezaram do lado de fora da Igreja Matriz de Brumadinho durante um ato em homenagem aos desaparecidos e vítimas na comunidade do Parque das Cachoeiras. Foto: MAURO PIMENTEL / AFPManifestantes se sujaram de lama para protestar contra a Vale durante um protesto em frente à Catedral da Sé, em São Paulo. Também houve manifestação em frente ao prédio da mineradora no Rio. Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFPNa última sexta-feira, oitavo dia de buscas por vitimas do desastre, helicópteros do Corpo de Bombeiros lançaram pétalas de rosas sobre o local da tragédia. Foto: Alex de Jesus / O Tempo / Agência O Globo / Agência O Globo