O Ministério da Economia divulgou nesta terça-feira, 28, os dados de pedido do seguro-desemprego. Segundo estimativa da pasta, 150 mil pessoas a mais perderam empregos entre o mês de março e a primeira quinzena de abril em relação ao mesmo período do ano passado. O período corresponde à escalada de casos de coronavírus no país e medidas de distanciamento social tomadas por estados e municípios para a contenção da pandemia de Covid-19. Na avaliação do governo, o dado é positivo, já que não há uma disparada na demanda por seguro-desemprego, que é um termômetro importante do mercado formal. Ou seja, não há disparada de demissões. Porém, não existem dados oficiais para informar quantas pessoas perderam o emprego durante a pandemia no Brasil. A base de dados oficiais do mercado formal é o Caged, e a divulgação de 2020 está suspensa até o momento.
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Segundo os dados apresentados nesta terça, 866.735 trabalhadores deram entrada no pedido entre o começo de março e a primeira quinzena de abril de 2019. Em 2020, no mesmo período, foram 804.538. O número efetivo é inferior a do ano passado. Entretanto, o governo estima que aproximadamente 200 mil trabalhadores que foram demitidos durante a pandemia ainda não deram entrada no benefício. Isso elevaria o número de pedidos do seguro a pouco mais de 1 milhão, ou seja, cerca de 150 mil pedidos a mais que em 2019.
No entanto, não se pode dizer que este é o número de pessoas que perderam o emprego durante a crise porque o governo não tem os dados oficiais de admissão e demissão de 2020, que são feitos pelo Caged.
De acordo com o Ministério, diversas empresas tiveram problemas para informar os dados pelo e-social e, devido a pandemia, escritórios de contabilidade que ajudam no envio destes dados estão fechados. Para tentar driblar o apagão estatístico do mercado de trabalho, o Ministério passará a fazer, quinzenalmente, a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego. Porém, os dados do seguro trazem uma estimativa, como aconteceu com esta divulgação. Porém, não há como mensurar o impacto real no mercado de trabalho.
“Vemos um comportamento em relação as demissões razoavelmente estável. Obviamente, nas próximas semanas, esse número deve acelerar. Neste primeiro instante de crise, não houve um salto nas demissões. Notamos um ligeiro aumento mas não uma explosão”, comemorou Marcelo Guaranys, secretário-executivo do Ministério da Economia ao avaliar os dados do seguro-desemprego. A pasta afirma que a explosão de casos não aconteceu porque há um programa de redução de jornada ou suspensão de contratos de trabalho vigente. Até o momento, 4,2 milhões de contratos de trabalho tiveram corte entre 25% e 70% na jornada ou suspensão. O dado corresponde a cerca de 12% do total de brasileiros com carteira assinada (33 milhões, segundo a última estimativa do IBGE).
Pagamento
O seguro-desemprego é um benefício pago a trabalhadores com carteira assinada que forem desligados da empresa como forma de auxílio. O valor varia de 1.045 reais a 1.813 reais, conforme o salário do trabalhador. O benefício é dividido entre 3 a 5 parcelas, a depender do tempo de registro e vezes em que o benefício já foi requerido. O auxílio pode ser solicitado pela internet. O pagamento é feito pela Caixa Econômica Federal via cartão cidadão.
Já o benefício emergencial para quem teve contrato reduzido ou suspenso, chamado de BEM pelo governo, será pago diretamente na conta corrente que o trabalhador recebe o salário pela empresa. Os dados bancários do trabalhador são empregados pelo patrão no momento da homologação do acordo ao Ministério da Economia. Segundo o governo, o auxílio começa a ser pago na próxima semana.
O benefício paga uma fração do seguro-desemprego proporcional a suspensão no contrato (25%, 50%, 70% ou 100%). Para ajudar o trabalhador a fazer a conta, VEJA preparou uma calculadora. Basta informar o salário recebido (sem ponto) e qual será o corte feito.
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