Seis meses após Brumadinho, o que esperar do futuro da Vale?

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Nesta quinta-feira, 25 de julho, completam-se seis meses da tragédia que matou 248 pessoas e deixou 22 desaparecidos em Brumadinho, e o futuro da Vale ainda se mostra incerto. Além dos desembolsos que a companhia terá que fazer para remediar a situação de familiares das vítimas, resultado de acordos com as autoridades, a expectativa é que a mineradora enfrente forte resistência do poder público para implantar novos projetos, o que pode encarecer seus custos daqui para frente.

Por ora, os prejuízos para a companhia já somam cifras bilionárias. A Justiça mantém as contas da mineradora bloqueadas, em um total de 5,5 bilhões de reais, depositados nos autos por meio de garantias para assegurar a recuperação dos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho.

Além disso, a Vale fechou um acordo com o Ministério Público do Trabalho para o pagamento de indenizações individuais por danos morais e materiais, cujo valor total depende do número de familiares envolvidos.

No início deste mês, a CPI de Brumadinho aprovou o indiciamento de 14 pessoas envolvidas na tragédia pelo crime de homicídio com dolo eventual.

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Ainda ontem foram homologados acordos de indenização de 83 famílias de Mariana, Minas Gerais, referentes ao rompimento da barragem de Fundão, da Samarco. A mineradora é uma joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, e ambas são responsáveis pelos recursos destinados às reparações do desastre por meio da Fundação Renova, que administra os programas de compensação. Segundo a entidade, além dos novos acordos, cerca de 1,7 bilhão de reais já foram desembolsados a aproximadamente 350 mil pessoas.

Se por um lado a Vale vem contabilizando perdas expressivas, do outro vem engordando seu caixa de forma substancial com a alta galopante do minério de ferro. Com o corte de oferta resultante da tragédia de Brumadinho, aliado a uma maior demanda por parte da China, os preços da commodity tiveram valorização de quase 50% desde o último dia 25 de janeiro, quando aconteceu o rompimento da barragem. Hoje, a cotação gira em torno de 120 dólares a tonelada.

Mas a grande dúvida reside no futuro da companhia, especialmente em relação aos próximos projetos. Agentes do setor garantem que a mineradora deverá enfrentar enorme resistência para aprovar licenças de empreendimentos totalmente novos, os chamados greenfield. Mesmo a aquisição de operações existentes, como a recente compra da Ferrous – que está sendo questionada na Justiça – já é uma amostra das dificuldades da Vale para prosseguir.



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