Um drone foi usado nesta quinta-feira pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio durante uma operação de fiscalização no Instituto Penal Benjamin Moraes, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. A tecnologia foi utilizada para monitorar a entrada dos agentes penitenciários no presídio, quando os presos foram retirados de suas celas e colocados no pátio de unidade. Um dos objetivos da utilização do drone é justamente monitorar qualquer tipo de distúrbio durante as fiscalizações.
Essa foi a primeira vez que a tecnologia foi utilizada numa operação, mas a secretaria já vinha fazendo testes, utilizando o equipamento para mapear o Complexo de Gericinó, que reúne 25 unidades prisionais.
Na operação, foram apreendidos diversos itens proibidos, como celulares, roupas e tênis de marcas. O presídio abriga cerca de 1.100 presos de uma das facções criminosas que agem no estado do Rio. Na unidade está o traficante Nei da Conceição Cruz, o Facão, chefe do tráfico no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio.
A operação no Instituto Penal foi no modelo da que foi realizada no último dia 12 na Penitenciária Gabriel Ferreira Castilho, conhecida como Bangu 3, que abriga os presos da maior facção criminosa do Rio. Todas as 112 celas foram revistadas e grande quantidade de material foi encontrada: 104 celulares, 200 chips, 30 coolers, diversas antenas improvisadas para amplificar a potência dos celulares, um roteador, drogas e outros objetos proibidos no sistema, como roupas, tênis de marca, relógios, alianças e bonés.
Também foram retirados 205 televisores e 60 ventiladores que estavam nas celas em número além do permitido. Com a operação, 44 presos foram incluídos no isolamento. Um deles foi Marcelo da Silva Soares, o Macarrão. No seu celular havia um áudio no qual o traficante ordenava que comparsas entrassem em guerra com milicianos na Favela de Antares, em Santa Cruz. Por causa da repressão, uma denúncia de que presos pretendiam cometer atos de indisciplina chegou à secretaria. Com isso, quatro detentos foram transferidos para Bangu 1, de segurança máxima.
Como EXTRA publicou nesta quinta-feira, a nova administração da Seap tem apertado o cerco na fiscalização das unidades prisionais do Rio. Foram apreendidos 2.177 telefones celulares nas unidades prisionais, a maior quantidade dos últimos cinco anos.