Seap investiga gravidez fake para entrar com drogas e celulares em presídios

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O plano de fuga frustrado de Clauvino da Silva, que tentou escapar da cadeia vestido de mulher há dois meses, acendeu o alerta na Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do Rio para um esquema voltado a burlar a segurança nas unidades prisionais. Há suspeitas de que uma falsa grávida tenha entrado no presídio Gabriel Ferreira Castilho, conhecido como Bangu 3-b com a peruca e a máscara usadas por Clauvino em seu disfarce. As gestantes que são visitantes dos presos entram sem passar por qualquer revista. Para não prejudicar o feto, elas não podem ser submetidas ao scanner corporal nem ao portal detector de metais. A revista íntima só é permitida em caso de suspeita fundamentada de que a mulher esteja com algo ilícito.

Desde a tentativa de fuga de Clauvino, a equipe operacional da coordenação das unidades prisionais do Complexo de Gericinó passou a investigar o esquema. A suspeita é de que as mulheres consigam documentos falsos e simulem estar grávidas para entrar nos presídios sem revista.

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Clauvino da Silva se vestiu de mulher para poder escapar

No dia 20 do mês passado, a secretaria tomou uma medida com o intuito de aumentar a fiscalização. Vinte e seis presos de Bangu 3-b que têm visitantes grávidas cadastradas foram transferidos para a unidade vizinha, a penitenciária Serrano Neves, conhecida como Bangu 3-a. Lá, passaram a ter um dia de visitação exclusivo, separados dos demais detentos.

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A medida teve efeito imediato: 11 presos transferidos — 42% do total — deixaram de receber visitas após a mudança. Nove deles alegaram que seus filhos já nasceram e dois, que as mulheres perderam os bebês. Em um dos casos, o preso afirmou que o bebê nasceu e faleceu três dias depois. A Seap, no entanto, constatou que a mulher do detento estava, nos registros, com 22 semanas de gravidez. O preso não apresentou nenhuma documentação comprovando a perda da criança.

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Clauvino da Silva foi flagrado tentando fugir vestido de mulher: máscara, roupa e peruca teriam sido levadas por falsa grávida

Bangu 3-b abriga os chefes da maior facção criminosa do Rio. Já em Bangu 3-a estão bandidos de escalão mais baixo, por isso, a mudança é encarada como uma perda de influência dentro do mundo do crime. Para o subsecretário-adjunto de gestão operacional da Seap, Moysés Henriques Marques, o movimento que ocorreu após a mudança de unidade é um indicativo de fraude. Marques, no entanto, frisa que, além de maior fiscalização, a medida de mudar de unidade os presos com visitantes grávidas também teve o objetivo de dar maior comodidade para aquelas que realmente estão esperando um filho.

— Conseguimos dar um atendimento digno a quem está grávida, pois há um dia de visita diferenciado e fica mais confortável para essas mulheres, e constatamos que há fraude. Foi bom para a visitante e para o sistema, que conseguiu bloquear essa entrada ilícita de material.

Estratégia da Seap

O Complexo de Gericinó tem 78 presos da maior facção criminosa do Rio, que têm visitantes grávidas e serão transferidos para Bangu 3-a.

A ideia da secretaria é separar os detentos com visitantes grávidas também de outras facções. Ainda não há previsão para essas mudanças serem feitas em relação a outras quadrilhas.

Visitante flagrada admitiu fraude

As hipóteses investigadas pela Seap são de que as falsas grávidas comprem um “kit grávida”, que vêm com ultrassom, laudo comprovando a gravidez e até mesmo um “Cartão da gestante”, distribuído na rede municipal. Há denúncias contra clínicas particulares e também Clínicas da Família, da Prefeitura do Rio. A secretaria suspeita que, em alguns casos, médicos sejam coagidos por criminosos.

Das 20 visitantes mulheres que foram presas tentando entrar este ano nos presídios do Rio com objetos ilícitos, como drogas e celulares, três alegavam estar grávidas. Uma delas, ao ser surpreendida com maconha em sua vagina, no dia 24 de abril, admitiu que não estava esperando um filho. Viviane Luiza da Silva era cadastrada como “Pessoa amiga” do preso Ademir Ferreira da Silva, que está em Bangu 3. Esse tipo de visitante não precisa ter qualquer tipo de parentesco com o detento. O caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande).

Aos agentes prisionais, Viviane admitiu que o atestado de gravidez e a ultrassonografia apresentados por ela eram forjados. Além disso, ela relatou aos inspetores que outras mulheres têm recorrido a atestados de gravidez falsos para evitar uma revista mais minuciosa.





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