O pai do bebê Corinthienzo, Leandro Soares, foi pego de surpresa com a repercussão que ganhou o nome de seu primogênito. O rapaz de 26 anos, que trabalha em uma loja de salgados congelados e mora em Santo Amaro, diz não ter batizado o menino para ganhar fama, mas sim ficar conhecido entre os torcedores e homenagear o time do coração.
As opções para uma menina também estavam em um patamar, digamos, parecido. “Seria Corinthievellyn ou Corinthielly“, entrega ele que, apesar da seleção, não pensa em aumentar a prole. O menino Corinthienzo é chamado pelos familiares por vezes de Enzo, por vezes de Samuel – que tem inspiração bíblica. “Mas eu não gosto, brigo quando chamam assim“, diz o pai.
O menino de 3 meses, inclusive, ainda vive uma simbólica restrição: não usa roupinhas na cor verde, por ser uma alusão ao time rival Palmeiras. Rosa é outra cor que está vetada nas vestimentas do pequeno.
A família dele, que é evangélica, foi contra a escolha do nome, inicialmente cotado para Corinthienzo Corinthians, mas a caminho do cartório o rapaz reconsiderou, pensando na mulher. No final ficou: Corinthienzo Samuel de Jesus Soares.
Natural do Rio de Janeiro, Soares é filho de pai flamenguista, mas se apaixonou pelo Timão ainda criança, quando mudou-se para São Paulo. “Morava em uma casa com acesso a um bar que ficava cheio de corintianos, comecei a torcer em uma final de campeonato que o time perdeu, não me lembro quando“, explica. Há cerca de quatro anos, faz parte de uma torcida organizada do Embu.
Na hora de registrar a criança, ele disse ter enfrentado resistência. “A atendente era palmeirense“, divertiu-se. “Eu disse que se não fosse esse nome, eu nem registrava. Iria procurar outro cartório, nem que fosse no interior.“
Apesar da paixão pelo clube com estádio em Itaquera, Soares está longe das arquibancadas desde o começo do ano passado, quando soube que a mulher estava grávida. A intenção era guardar dinheiro para comprar o enxoval do menino.
Trata-se de uma grande renúncia para o corintiano apaixonado que contabiliza quase cinquenta tatuagens em homenagem ao time. “Minha vontade é fechar o corpo“, diz ele, que diz já ter sofrido preconceito e encontrou dificuldades para trabalhar por conta da paixão desenhada na pele.
Outra pergunta pertinente é o que ele faria se o menino decidisse torcer para outro time, a exemplo do Palmeiras. Soares não titubeia: “Ele não vai“, porém depois reavalia. “Mas se ele quiser, vou ter que aceitar o inaceitável.“