A tão esperada retomada das operações da mineradora Samarco, marcada para o ano que vem, corre o risco de não acontecer em meio a atrasos na liberação de uma licença ambiental e questionamentos sobre o financiamento, disseram duas pessoas com conhecimento direto do assunto.
A Samarco, que é controlada por Vale SA e BHP Group, ainda não conseguiu obter aprovação do Semad, que precisa de uma anuência do Ibama para um acordo de reparação da Mata Atlântica causado pelo desastre de 2015. A empresa esperava que a liberação acontecesse em semanas, mas mais de três meses já se passaram, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas.
O atraso é outro obstáculo para os detentores de US$ 3,5 bilhões em dívidas que a mineradora deixou de pagar depois da quebra da barragem em Mariana, que deixou 19 mortos. A retomada das conversas com investidores depende da aprovação do plano de negócios e da liberação das licenças regulatórias necessárias para que a empresa volte a operar — a expectativa era que isso acontecesse até a metade de setembro.
A Samarco também ainda não tem o financiamento necessário para o plano de negócios, que está sendo aprovado mês a mês pelos acionistas, segundo uma das pessoas. O plano de negócios segue sem aprovação.
A Samarco disse que ainda não recebeu a licença, mas não quis comentar sobre o Ibama, Semad ou o plano de negócios. A Vale e a BHP não quiseram comentar sobre o plano de negócios da Samarco, e disseram que o pedido de licença está em andamento. O Ibama e o Semad não responderam ligações ou e-mails sobre o assunto.
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