Robótica inspira e forma geração do futuro

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x32446635507_46eab1f2f0_o.jpg.pagespeed.ic.kHlXypKv4g Robótica inspira e forma geração do futuro
“Brincadeira” com Lego vira ferramenta educacional Foto: Guarim de Lorena / SESI

Por trás de cada peça de Lego, uma história para contar. O encaixe dos blocos coloridos é meticulosamente calculado para formar novo objeto pronto para cumprir uma missão. O que pode parecer simples brincadeira para os observadores desatentos é ferramenta educacional poderosa: robótica.

Cada dia mais presentes nas escolas, os projetos ultrapassam as salas de aula e ganham espaço em torneios estaduais e nacionais. A principal competição do país, o Festival SESI de Robótica, ocorreu entre 15 e 17 de março, no Rio de Janeiro. Os vencedores das categorias vão disputar campeonatos mundiais em Houston, nos Estados Unidos, e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.

Os pavilhões do Píer Mauá receberam mais de 1.200 alunos de escolas públicas e particulares, de 9 a 18 anos, em 117 equipes em três competições. Fantasiadas e com gritos de guerra na ponta da língua, as equipes expunham trabalhos em estandes e participavam das provas. Pela primeira vez, as competições ocorreram simultaneamente. Uma delas é a tradicional First Lego League (FLL).  O First Tech Challenge (Desafio tecnológico) e a F1 in Schools (F1 nas Escolas) foram as novidades na edição de 2019.

– Os alunos de robótica apresentam um desempenho melhor em sala de aula e desenvolvem habilidades importantes, como trabalhar em equipe. A forma como ele foi conectado à ciência e à tecnologia faz com que forme um caráter bem diferente. Isso transcende na vida toda – defende Paulo Mól, diretor de Operações do Serviço Social da Indústria (SESI).

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Na First Lego League, 84 equipes participaram da disputa. O tema foi o Into Orbit (Em órbita) e desafiou os estudantes a pesquisar sobre viver e viajar no espaço. Na arena, os robôs feitos pelos alunos com peças de Lego cumpriram missões como se locomover em áreas com crateras, ajudar um astronauta a voltar em segurança para a base espacial e até mover satélites para a órbita. Os três melhores times da etapa nacional garantiram vaga em torneios internacionais.

O primeiro lugar em 2019 ficou para a equipe Jedi’s, da Escola SESI Luiz Latorre, de Jundiaí (SP), que vai representar o Brasil no World Festival, considerado a Copa do Mundo da robótica, realizado em Houston.

– Usamos metodologias e técnicas novas que foram fundamentais para ganhar o torneio – afirma Mariana Fioresi, 14 anos, competidora do Jedi’s.

F1 NAS ESCOLAS

No First Tech Challenge, os estudantes usam outros materiais além das peças de Lego. Os robôs precisavam cumprir a missão de recolher minerais em outro planeta. A equipe vencedora foi a Geartech Canaã, da Escola SESI Vila Canaã, de Goiânia (GO).

– Procuramos fazer todos os processos da melhor forma, desde a ação social até a engenharia do robô. Vamos desde já buscar informações sobre o mundial para prepararmos o projeto mais adequado para vencer – comentou Matheus Xavier, 17 anos.

Esta edição contou com 16 equipes, formadas por alunos de 15 a 18 anos do ensino médio, de 15 estados brasileiros. A F1 nas Escolas é um programa educacional oficialmente vinculado à Fórmula 1 e reproduz os desafios dessa modalidade esportiva. Os estudantes de 14 a 18 anos tinham de criar empresa para funcionar como escuderia. Eles usaram tecnologia para projetar, modelar e testar protótipo de um F1. A avaliação, premiação e classificação para a etapa mundial levaram em consideração a elaboração do plano de negócios, marketing e mídias sociais; apresentação; e envolvimento em ação social.

Em primeiro lugar ficou a escuderia baiana SevenSpeed, da Escola SESI Reitor Miguel Calmon, de Salvador (BA). A conquista garante a vaga para o mundial de Abu Dhabi, em novembro. Franciele Moraes, 16 anos, integra o time, com mais cinco colegas.

– Vamos nos dedicar ao mundial de Abu Dhabi desde já. Teremos inclusive que estudar inglês para apresentar o projeto com precisão e representar bem o nosso Brasil – contou, emocionada com o resultado.

FERRAMENTA PARA PROFESSORES E ALUNOS

O futuro, por definição, carrega incógnitas. Embora o homem faça predições, a História mostra que os acontecimentos costumam se sobrepor à imaginação. Quando se fala em educação e futuro do trabalho, as “assertivas” tendem a ser mais incertas. Por isso, as apostas educacionais modernas se voltam à construção de habilidades que formem o aluno para resolver desafios. Nesse contexto, a robótica se torna importante aliada de professores e alunos. Não é uma disciplina em si, mas um componente transversal que perpassa conteúdos, carregando em si inovação e o despertar para a pesquisa.

Um dos principais disseminadores da prática pelo país é a rede de escolas do SESI, que, há 13 anos, inseriu a ferramenta no currículo. A análise é que a robótica tem mostrado resultados interessantes aos estudantes, como o desenvolvimento de habilidades em matérias como Matemática, Ciências e Linguagens e de competências como a capacidade do trabalho em grupo.

Pesquisa realizada pela consultoria John Snow Brasil com participantes do Torneio de Robótica da edição de 2018 apontou que 94% passaram a gostar mais de conteúdos de exatas após a participação no torneio. Além disso, 50% dos entrevistados afirmaram que suas notas escolares aumentaram nos últimos 12 meses.

O estudante Murilo Zucolotto Escardovelli, 14 anos, participa da equipe de robótica do Centro Educacional 148, no SESI de Birigui (SP), desde o 7º ano. Agora, estudando no 1º ano do ensino médio, ele consegue notar os avanços alcançados. Uma das primeiras observações é sobre organização. Segundo Murilo, antes da robótica, ele tinha dificuldade de organizar o tempo e os estudos:

– Agora, eu uso o modelo de planejamento da robótica nos estudos das outras matérias.

FORMAÇÃO DIFERENCIADA

L aura Horta, 13 anos, estuda no 8º ano do ensino fundamental na escola SESI Alvimar Carneiro de Rezende, em Contagem, Minas Gerais. Além de estudar robótica nas matérias do dia a dia, ela participa da equipe no colégio. A estudante é uma entusiasta do projeto e credita à ferramenta avanços em sua formação.

– A robótica me ajuda muito nas outras disciplinas. Eu era meio ruim em Matemática, não conseguia entender as coisas. A robótica me ajudou em outros aspectos além da Matemática, como História, Geografia e Português – conta.

Para Sérgio Gotti, gerente executivo de Educação do SESI, a robótica no currículo escolar do primeiro ano do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio é um diferencial para o aluno do SESI, que vem se mostrando mais preparado para avaliações como Prova Brasil e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), assim como para o mercado de trabalho e para os desafios da Indústria 4.0:

– A robótica é certamente indutora dos bons resultados dos alunos do SESI. Eles têm conhecimento maior do que um aluno que vê as questões só na teoria. A robótica está presente nas 505 escolas da rede em todo o Brasil e atinge cerca de 198 mil estudantes por ano. Por transitar em diversos conteúdos, a robótica é importante instrumento da abordagem educacional STEAM (sigla em inglês que contempla ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática). A tendência enfatiza as disciplinas das áreas de exatas e o protagonismo do estudante na resolução de problemas propostos pelos professores.



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