Robô-cirurgião estreia no Brasil transmitindo operação em 3D

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Imagine que você está assistindo um vídeo com óculos 3D. Agora, imagine que o vídeo em questão é o de uma cirurgia, vista de dentro do corpo do paciente. Para melhorar, imagine que a transmissão acontece ao vivo e em tempo real, e quem está comandando o procedimento é o médico ao seu lado.

Foi isso que aconteceu na última quarta-feira (09) no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O responsável era o urologista Arie Carneiro. Ele utilizou um novo tipo de robô-cirurgião pela primeira vez no Brasil, para realizar uma operação de remoção de próstata gravada dentro do paciente.

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Um novo robô que realiza cirurgias fez sua estreia no Brasil na semana passada (Foto: Einstein/Divulgação)

Cirurgias com robôs no Brasil

  • De acordo com o Hospital Albert Einstein, mais de 11 mil cirurgias já foram realizadas com o auxílio de robôs.
  • A primeira vez que isso aconteceu no Brasil foi em 2008.
  • Uma das novidades do procedimento é que o médico liderou a operação, mas todos ao seu redor puderam acompanhá-la em 3D: câmeras instaladas nos braços do cirurgião-robô captaram as imagens e as transmitiram, ampliadas de 10 a 15 vezes em um telão.
  • Em uma sala repleta de outros profissionais, Carneiro pôde conversar sobre o procedimento.
  • Além das mãos, o cirurgião teve de focar nos pés: eram seis pedais, tocados para realizarem diferentes funções, como uma dissecção (separar partes de um órgão).
  • A cirurgia com o robô é minimamente invasiva e o uso dos braços do dispositivo depende do procedimento.
  • Isso, além de facilitar a precisão do médico, resulta em incisões menores e pode acelerar a recuperação dos pacientes.
  • Outra vantagem é o custo-benefício.
  • No robô usado no Albert Einstein especialmente, a Medtronic, criadora da máquina, não revelou o valor, mas em um modelo da empresa Intuitive usada na unidade no Hospital Municipal Vila Santa Catarina, o preço é de aproximadamente US$ 2,5 milhões.
  • Apesar do alto custo do investimento, a cirurgia robótica, justamente por ser mais precisa e menos incisiva, evita complicações pós-operatórias e outros procedimentos posteriores, por exemplo.
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A equipe envolvida na cirurgia pode acompanhar tudo em 3D (Foto: Einstein/Divulgação)

Hugo, o robô-cirurgião

O dispositivo responsável pela cirurgia foi o Hugo. Ele foi inaugurado em 2021, no Chile, e já está em uso na Inglaterra, Alemanha, Canadá, Japão, Índia e Panamá. No Brasil, foi liberado pela Anvisa em abril de 2022.

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A máquina é vista como um potencial concorrente do Da Vinci, plataforma da Intuitive que já é amplamente usada em cirurgias robóticas mundialmente.

No Einstein, Hugo foi recém-adquirido e incorporado no núcleo de cirurgia robótica.

Segundo a vice-presidente de pesquisa clínica e inovação cirúrgica da Medtronic, Carla Perón, o diferencial do cirurgião-robô é permitir ao médico responsável sentar com a cabeça reta e de frente para a tela, sem ter que inserir a cabeça no painel, como se estivesse em uma cabine.

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Com pinças articuláveis, o robô Hugo permite cirurgias mais precisas (Foto: Einstein/Divulgação)

Democratização da cirurgia

Para o presidente do Albert Einsten, Sidney Klajner, o robô permite uma cirurgia “mais democrática, porque todos que colocam os óculos 3D, acompanham a cirurgia em 3D”. Nos outros modelos, só quem vê em 3D é o cirurgião, que está com a cabeça inserida no painel — e os outros membros da equipe veem em 2D.

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Robô Hugo pode ser uma grande novidade no Brasil (Foto: Einstein/Divulgação)

Especialização para usar o robô-cirurgião

Por trás do Hugo, o urologista Arie Carneiro, que já é especialista em cirurgia robótica, teve que passar por um treinamento específico para manejá-lo. O Albert Einstein reforçou que sua prioridade é formar os profissionais nessas novas tecnologias.

O primeiro paciente operado pelo robô Hugo no Brasil teve alta no dia seguinte e está bem.

Com informações de Uol

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