Roberto Dinamite: entenda o câncer de cólon, doença que matou o ex-jogador

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Neste domingo (8), o Brasil perdeu mais um grande ídolo do futebol. Morreu, aos 68 anos, o ex-jogador e ex-presidente do Vasco, Carlos Roberto de Oliveira, o Roberto Dinamite. Ele estava tratando, desde 2021, de um câncer de cólon (também chamado de câncer de intestino) – a mesma doença que matou Pelé.

Dinamite foi internado no sábado (7), no Hospital da Unimed, no Rio de Janeiro, após uma piora em seu estado de saúde, vindo a óbito nesta manhã.

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Maior atrilheiro do Vasco da Gama, Roberto Dinamite morreu na manhã deste domingo (8), vítima de câncer de cólon. Imagem: Redes Sociais

O que é um câncer de cólon? 

Em todo o mundo, o câncer de intestino — que abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso (chamada cólon) e no reto (final do intestino) e ânus — é o terceiro tipo mais comum da doença, sendo responsável por cerca de 10% de todos os diagnósticos de câncer.  

Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que este é o segundo tipo de tumor mais frequente em mulheres e homens no Brasil, sem considerar os tumores de pele não-melanoma — ficando respectivamente atrás do câncer de mama, na parcela feminina da população, e do câncer de próstata, entre a masculina. 

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Conceito de câncer de cólon: uma ilustração 3D de um intestino grosso com crescimento tumoral maligno. Imagem: Lightspring – Shutterstock

O tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso: no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, o tumor se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, tornando-se cancerígenos. 

A principal forma de diagnóstico e prevenção é através do exame de colonoscopia, em que um tubinho flexível com uma microcâmera na ponta é introduzido no intestino e faz imagens que revelam se há presença de possíveis alterações, permitindo, inclusive, remoção de pólipos e biópsias de lesões suspeitas. 

O Ministério da Saúde recomenda iniciar o rastreio do câncer de cólon e reto da população adulta de risco habitual na faixa etária de 50 anos — mas muitos países já reduziram para 45.  

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A principal forma de diagnóstico e prevenção do câncer de intestino é através do exame de colonoscopia, em que um tubinho flexível com uma microcâmera na ponta é introduzido no paciente pelo ânus para detectar possíveis alterações, como pólipos. Imagem: Fotografia Phonlamai – Shutterstock

“Grande parte dos tumores de intestino aparece a partir dos chamados pólipos, que são lesões benignas que crescem na parede interna do órgão, mas que se não identificadas preventivamente podem evoluir e se tornarem malignas com o passar do tempo”, explica a oncologista Renata D’Alpino, colíder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas. “Após os 50 anos, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%, o que consequentemente representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição a partir dessa fase da vida e por isso ela foi estabelecida como critério para início do rastreio ativo. Além de detectar esses pólipos, a colonoscopia permite que eles sejam retirados, o que funciona como mais uma forma de prevenir o câncer”.

A médica lembra que pessoas com histórico pessoal de pólipos ou de doença inflamatória intestinal, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, bem como registros familiares de câncer colorretal em um ou mais parentes de primeiro grau, principalmente se diagnosticado antes de 45 anos, devem ter atenção redobrada e realizar controles periódicos antes da idade base indicada para a população em geral. 

Tabus atrapalham diagnóstico precoce

Segundo o INCA, estima-se que, em 2022, o Brasil somou 40.990 casos novos de câncer de cólon e reto, afetando em proporção quase igual ambos os gêneros. 

Já o número de mortes chega a 18.867, sendo 9.207 homens e 9.660 mulheres, de acordo com os dados mais recentes disponíveis. 

Quando descoberto em estágios iniciais, o tumor pode ser curado em 70% dos casos. Ainda assim, D’Alpino afirma haver muitos tabus que cercam o rastreio preventivo do câncer colorretal, o que contribui para a baixa adesão ao controle precoce da doença, mesmo entre pessoas que fazem parte do grupo com risco aumentado.  

“Muitas vezes, o tumor só é descoberto tardiamente, diante de sintomas mais severos, como anemia; constipação ou diarreia sem causas aparentes; fraqueza; gases e cólicas abdominais; e emagrecimento. Apesar de o sangue nas fezes ser um indício inicial de que algo não vai bem na saúde, muitas pessoas costumam creditar essa ocorrência a outras causas convencionais, como hemorroidas, e acabam postergando a busca por aconselhamento médico e a realização de exames específicos. Isso faz com que muitas pessoas só descubram o câncer em estágios avançados”, disse a médica.

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Como o câncer colorretal pode ser descoberto? 

É muito importante traçar o histórico médico do paciente, justamente para a identificação de possíveis fatores de risco. O exame físico, como palpação do abdômen, pode ajudar na busca de possíveis anormalidades como órgãos aumentados ou massas. 

Além disso, o médico pode realizar o exame digital retal, por meio do qual é inserido um dedo (protegido por luva lubrificada) no reto para avaliação. Outros exames que podem ser solicitados são: 

  • Exame de fezes; 
  • Exames de sangue; 
  • Colonoscopia; 
  • Biópsia; e 
  • Exames de imagem (raio X, ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia computadorizada e PET Scan). 

Incidência cresce entre jovens adultos 

Para a especialista, outro ponto de grande relevância no combate ao câncer colorretal é o estabelecimento de uma recomendação mais clara para triagem de casos assintomáticos, quando não há sinais de sintomas clássicos que podem levantar suspeitas — caso de sangramentos corriqueiros visíveis nas fezes — entre a porção da população com menos de 50 anos.  

Entre as ações possíveis, ela destaca uma iniciativa liderada pela US Preventive Services Task Force, que considera que testes menos invasivos poderiam ser iniciados precocemente e repetidos com intervalos menores em comparação à colonoscopia. Além disso, prevê mudar a idade de rastreamento para os 45 anos, devendo ser repetido a cada 5 anos em caso de resultados normais, como já vem sendo sugerido desde 2019 pela American Cancer Society (ACS). 

“Nos EUA, o debate sobre uma possível mudança de protocolo, adotando a idade de 45 anos como remendada para o início do rastreio periódico, está sendo baseada na avaliação de centenas de levantamentos e ensaios clínicos que levam em conta o perfil de pessoas assintomáticas na faixa etária acima dos 40 anos. Uma forma possível de ampliar as chances de prevenção seria a indicação de pesquisa das fezes, por meio de testes imunoquímicos e testes de sangue oculto fecais em pessoas mais jovens e que não apresentam mudanças de saúde perceptíveis. De acordo com os resultados, havendo achados suspeitos, a colonoscopia seria então realizada.” 

Um dos estudos científicos que embasam a argumentação foi publicado no Journal of the National Cancer Institute e realizado nos EUA de 1974 até 2014. A análise mostrou que nas pessoas entre 20 e 39 anos, por exemplo, o número de casos novos de câncer de intestino vem crescendo anualmente, entre 1% e 2,4%, desde a década de 1980. Já os casos de câncer de reto, nas pessoas entre 20 e 29 anos, tiveram um aumento anual médio de aproximadamente 3,2%, desde 1974. 

“Em grande parte, esses resultados apontam para uma consequência de hábitos de vida menos saudáveis, com maior taxa de sedentarismo e consumo de alimentos ultraprocessados como refrigerantes, salgadinhos e enlatados. A predisposição genética conta como risco, mas não podemos esquecer que há outros fatores que podem contribuir para o surgimento da doença, tais como obesidade, sedentarismo, dieta rica em carnes vermelhas, tabagismo e alcoolismo. E esses são fatores que fazem parte da ‘vida moderna’ e ajudam a desvendar as razões pelas quais devemos reforçar a conscientização sobre os impactos das nossas decisões pessoais no crescimento de casos de câncer — e não apenas do colorretal”, finaliza D’Alpino. 

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