Reserva expande marca Oficina, que cria a “camiseta perfeita”

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A camiseta masculina perfeita existe e a Oficina, marca da loja de roupas Reserva, acredita ter desenvolvido o modelo ideal. A peça é feita com um algodão certificado, cultivado no norte do Peru, e é confeccionada em Lima, capital do país. Ou seja, todas as peças vendidas no Brasil são importadas. O caimento foi desenvolvido por meio de uma tecnologia de análise de dados, que compilou medidas de cerca de 10 mil homens. O problema: ela custa 200 reais.

Para levar este e outros produtos da marca a novos consumidores, a carioca Reserva irá inaugurar a primeira loja da Oficina na cidade de São Paulo, na rua da Consolação. Já há duas unidades no Rio de Janeiro, em Shopping Leblon e no Rio Design Barra. Ano que vem, a marca prevê abrir mais cinco unidades e chegar a Belo Horizonte e Brasília.

Como parte do grupo Reserva, era natural que as primeiras lojas fossem inauguradas no Rio de Janeiro, sua cidade natal. No entanto, a empresa já percebia uma demanda pelos produtos vinda de São Paulo – a maior parte de vendas do comércio eletrônico era feita pela a cidade.

A loja de São Paulo é a maior da marca até então, com 200 metros quadrados. Além do espaço para as peças de roupa, há um bar em parceria com a marca de whisky Johnnie Walker, uma oficina de costura para ajustes das roupas da marca e de outras grifes, e uma barbearia.

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Até o fim do ano, a marca deve faturar cerca de 25 milhões de reais. O grupo, como um todo, tem previsão de chegar a 400 milhões de reais em receitas. Além da Oficina, o grupo controla as marcas Reserva, Reserva Mini, Oficina, Ahlma e Eva.

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Barbearia na loja da Oficina, marca do grupo de moda ReservaDivulgação

Origem da camiseta e da marca

A “camiseta perfeita” tem origem na criação da Oficina. Ela foi criada por Felipe Siqueira e Gabriel Zandomênico em 2014, como uma startup de tecnologia criada em Belo Horizonte, MG. Atualmente, João Paulo Pesce e Arthur Bretas também são sócios.

OS fundadores desenvolveram uma fórmula para chegar à camisa masculina perfeita por meio da matemática, como um alfaiate tecnológico. Todas as camisas são personalizadas, criadas sob encomenda para o cliente a partir de medições feitas com um scanner corporal. Em dois anos, cerca de 10 mil homens foram medidos, o que deu origem a um grande banco de dados.

Em dezembro de 2015, Rony Meisler, CEO da Reserva, conheceu a companhia e começou uma conversa para trazê-la para dentro do grupo. Um ano depois, foi criada uma joint venture entre os sócios da Reserva e da Oficina para transformar a startup em uma marca do grupo.

As camisas sob medida ainda são vendidas por meio de consultores de estilo espalhados em cinco cidades, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Salvador. O canal de vendas por consultores representa 20% do total das vendas.

Hoje, além da camisa sob medida, a empresa vende casacos, calças, acessórios de couro e camisetas, mas seu principal produto é mesmo a camiseta básica. Ela foi criada com base nos dados obtidos por meio das medições para as camisas que deram origem à empresa.

Além das lojas Oficina, ainda há 11 unidades da marca Reserva que vendem os produtos da marca.

Os produtos têm design minimalista, sem estampas e sem símbolos de marca, comuns em outras marcas do grupo Reserva. “São produtos para o novo empreendedor, que usa camiseta nas reuniões e anda de patinete”, diz Felipe Siqueira, CEO da marca.

Como a marca não surgiu do meio têxtil e de moda, as roupas não são lançadas por meio de coleções, como é comum no setor. A companhia realiza em média seis lançamentos por ano com base em linhas de produtos. O último foi de acessórios de couro, como carteiras e mochilas, e o lançamento do verão será com base em roupas de linho, como camisas e calças.

“Como todas as peças são básicas, não há motivo para fazer coleções ou entrar em promoções”, diz Siqueira.

Tecnologia

O uso da tecnologia pela marca vai além da modelagem. Outros diferenciais do espaço são as novidades tecnológicas. Todos os caixas são mobile, ou seja, o consumidor fecha a compra por meio do iPod do vendedor, ao invés de precisar se dirigir a um caixa. “É um processo mais simples para o cliente. Para nós, temos oito caixas faturando numa loja ao invés de um só”, diz o empreendedor.

As etiquetas das roupas também têm um chip. Através de sensores é possível saber quais peças são as mais experimentadas, quais são deixadas nos provadores e quais têm maior apelo.

“Não olhamos muito para moda, mas sim para o que as empresas de tecnologia estão fazendo”, afirma. O objetivo é trazer para a marca as melhores práticas de gigantes como Apple e Google.

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