Empresa também não pagará maior parte da remuneração variável que teria correspondido ao executivo em 2018
Por
EFE
access_time
3 abr 2019, 17h01
Paris – O Conselho de Administração da Renault decidiu retirar de seu ex-presidente, o franco-brasileiro Carlos Ghosn, a quem atribui “práticas contestáveis”, o grosso de seus direitos de aposentadoria e também não pagará a maior parte da remuneração variável que teria correspondido ao executivo em 2018.
Em comunicado publicado nesta quarta-feira, a companhia automobilística explicou que não pagará a Ghosn o dispositivo de previdência chamado “prestações definidas”, pelo qual ele esperava receber 765 mil euros anuais.
Segundo disse à Agência Efe uma porta-voz, o grupo decidirá sobre um segundo dispositivo, estimado em 14.060 euros anuais, quando Ghosn vier a se aposentar.
A Renault, em princípio, pagará a Ghosn 1 milhão de euros de remuneração fixa por seu trabalho em 2018 e, no melhor dos casos, menos de um quarto da variável, ou seja, 224 mil euros vinculados às metas.
A montadora indicou que transmitiu à Justiça elementos de suspeita de possíveis irregularidades relacionadas com o casamento de Ghosn no Palácio de Versalhes em 2016 e com transferências milionárias para uma empresa de distribuição de veículos em Omã.
Além disso, a Renault afirmou que recebeu informações ainda provisórias da auditoria que solicitou junto a Nissan sobre a filial comum da aliança RNBV, com sede na Holanda, na qual foram detectadas “graves deficiências na transparência financeira e nos procedimentos de controle de despesas”.
Além disso, a montadora tem dúvidas sobre uma série de despesas desde 2010 que poderiam ser cifradas em “vários milhões de euros”.
Sobre essa filial, Renault e Nissan vão agir conjuntamente para solucionar as deficiências no prazo mais breve possível e estudarão iniciar “todas as ações necessárias” para preservar seus interesses, o que poderia incluir recorrer à Justiça na França.