Projeto leva mulheres para apresentar suas profissões a meninas das escolas públicas de São Paulo

398
Anúncio Patrocinado


SÃO PAULO – Uma mulher piloto de avião quebrou a rotina de uma escola no Centro de São Paulo outro dia. Em outro colégio, na zona sul paulistana, uma adolescente contou que escondia dos pais o sonho de ser fuzileira naval. Também foram a escolas programadoras, cientistas de dados, executivas. Em comum, mulheres em profissões normalmente associadas aos homens, mas que não precisam ser exclusividade deles. Esse é o objetivo de uma ONG que leva líderes femininas a escolas públicas de São Paulo, Rio e Florianópolis: mostrar às meninas que elas podem ser o que quiserem.

A organização Inspiring Girls faz a ponte entre as potenciais palestrantes e os colégios interessados em receber as conversas, que duram entre uma e duas horas. O cadastro é feito no site da ONG, sem custo.

– O objetivo é ampliar os horizontes profissionais das alunas de escolas públicas. Na maioria das vezes, elas não conhecem todas as opções de carreira para uma mulher. Então combatemos os estereótipos com que elas sofrem desde pequenas, na escola e na sociedade – diz a porta-voz da Inspiring Girls em São Paulo, Claudie Duvivier.

SIGA CELINA NO INSTAGRAM

Anúncio PatrocinadoGestor de Tráfego - Do Mil ao Milhão: Torne-se um Especialista em Tráfego Pago

A ONG nasceu na Inglaterra e hoje está em 14 países. No Brasil, o foco são palestras com mulheres de destaque nas áreas de Tecnologia, Inovação, Empreendedorismo e Engenharia – setores que crescem no país, com boa oferta de cursos e informação na internet, e onde há menor representação de mulheres.

– Há estudos que mostram que, com seis anos, uma criança já destaca profissões de mulheres e profissões de homens. Na adolescência, uma menina escolhe uma área de atuação com esse estereótipo martelado na cabeça. E ela pode acabar excluindo carreiras possíveis por conta de rótulos. As conversas permitem quebrá-los, criar proximidade, intimidade e confiança – conta Claudie.

As palestras da ONG em escolas já impactaram mais de 2.300 meninas brasileiras entre 10 e 15 anos. Segundo as responsáveis pelo projeto, é uma faixa etária importante para poder orientar ou apresentar profissões às meninas, inclusive algumas que elas talvez nem saibam que existem.

– Nas conversas, as alunas perguntam muito sobre a independência econômica das mulheres. Natural, é um tema que pode ajudar a não enfrentar violência doméstica, por exemplo. É importante que as meninas conheçam o ambiente corporativo, falem de equidade de gênero e desigualdade social, questões sérias no Brasil – diz Corinne Giely, presidente da ONG no país.

As conversas com as alunas também acontecem dentro de empresas. No início do mês, 23 meninas da escola estadual Albino Cesar, na zona norte de São Paulo, foram até a B3, a bolsa de valores.

– Uma das palestrantes era da Construção Civil, setor em que não se costuma ver mulheres. Outras eram diretoras da B3. Encontros desse tipo ajudam na autoestima. Vemos na escola que muitas meninas se sentem desvalorizadas. Esse espaço vem a calhar – conta a professora de matemática, Tatiana Chagas.

Para a aluna do nono ano, Noemi Mamani, o que mais chamou a atenção foi a trajetória das palestrantes:

– Elas chegaram tão longe. Temos capacidade também. Mas vamos ter que estudar muito para chegar lá.

A estudante Gabrielle Santos diz que ficou inspirada:

– São mulheres maravilhosas, que se esforçaram bastante.

xCantora-Kell-Smith-faz-palestra-para-meninas-em-escola-de-Florianopolis-Ela-e-madrinha-da-ONG-Ins.jpg.pagespeed.ic.TERPrwhr7f Projeto leva mulheres para apresentar suas profissões a meninas das escolas públicas de São Paulo
Cantora Kell Smith faz palestra para meninas em Florianópolis. Ela é madrinha da ONG Inspiring Girls, que leva mulheres líderes a alunas de escolas públicas. Foto: DivulgaçãoMarina Bitten

Na semana passada, em Florianópolis, 600 alunas se reuniram com a cantora Kell Smith, que virou madrinha da Inspiring Girls. Ela participa das ações da ONG e diz que o apoio dos pais foi fundamental na profissão que escolheu:

– Tinha vontade de dividir minhas letras e minha mensagem e hoje isso é minha vida, meu propósito. Gosto da possibilidade de representar uma inspiração para essas garotas. Levar conhecimento e empoderamento. A união das mulheres é algo revolucionário.





Fonte do Artigo

Anúncio