A produção de motos no Polo Industrial de Manaus (PIM) registrou crescimento de 5,1% no primeiro bimestre, para 194.734 mil unidades, impulsionada principalmente pela queda da taxa básica de juros e pela busca maior por mobilidade, especialmente nos grandes centros urbanos.
“O mercado continua aquecido e estimulado pela oferta de crédito tanto das instituições financeiras tradicionais quanto das montadoras”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).
Na última década, a indústria de motos enfrentou altos e baixos no Brasil. Chegou a operar com mais de 50% de ociosidade. Além da crise econômica, a escassez de crédito levou a uma queda expressiva das vendas – o setor é altamente dependente de financiamentos.
Porém, nos últimos dois anos, a oferta de crédito melhorou e a queda da taxa básica de juros (Selic) contribuiu para que os bancos de montadoras entrassem com mais força no setor.
Além disso, a busca por mobilidade, especialmente nos grandes centros, tem impulsionado as vendas. As motos ganham a preferência de muitos brasileiros (principalmente no Norte e Nordeste) pelo baixo consumo de combustível.
Nos dois primeiros meses deste ano, as vendas para as concessionárias (atacado) atingiram 184.508 unidades, alta de 4,2% sobre igual período de 2019. Já no varejo, entretanto, houve ligeira queda de 1,9% dos emplacamentos, para 171.476 unidades. Parte desse recuo pode ser explicada pela menor quantidade de dias úteis em fevereiro. No mês passado, a venda média diária nas concessionárias avançou 5,4%, mostrando que o período foi mais favorável.
Por categoria, street e scooter são os principais destaques no ranking de vendas do atacado no primeiro bimestre de 2020. A primeira teve a maior participação (52,1%) e, a segunda, o maior crescimento das vendas (52,6%). A popularidade que as scooters ganharam nos últimos anos se deve principalmente ao baixo consumo de combustível e à facilidade na hora de pilotar, uma vez que esse tipo de motocicleta tem câmbio automático (ou semiautomático) e é concebido para privilegiar o conforto.
Exportações
As exportações de motos da Zona Franca de Manaus, nos dois primeiros meses do ano, atingiram 4.095 unidades, queda de 47,9% sobre igual período de 2019. A crise na Argentina continua impactando os resultados das montadoras.
Nos dois primeiros meses do ano, o país vizinho continuou como o principal destino das motocicletas produzidas no Brasil, respondendo por 46,7% do total embarcado. Na sequência, vêm Estados Unidos (24,1%) e Colômbia (9,7%).
No ranking exclusivamente de fevereiro, os Estados Unidos ficaram em primeiro lugar, com 514 unidades e 34,3% de participação. Depois, vieram a Colômbia (22,4%) e a Argentina (14,4%).
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