Presidente ‘outsider’ de El Salvador descarta convite a Maduro, Ortega e Hernández para posse

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SAN SALVADOR — O presidente eleito de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou que não convidará os presidentes da vizinha Honduras, Nicarágua e Venezuela para a sua posse, em 1º de junho. O futuro chefe de Estado salvadorenho classifica o nicaraguense Daniel Ortega e o venezuelano Nicolás Maduro como “governantes ilegítimos” destes países. O mesmo valeu para o hondurenho Juan Orlando Hernandez, cuja legitimidade do poder e a restrição a liberdades também são questionadas, mas que fora isolado no mundo como os homólogos até então.

Em mensagem no Twitter, Bukele, de 37 anos, confirmou as notícias de jornais que indicavam o veto aos controversos líderes latino-americanos.

“A informação está correta: Juan Orlando Hernández, Daniel Ortega e Nicolás Maduro não estão convidados para a posse”, publicou o salvadorenho na rede social.

Eleito em fevereiro por uma agremiação nanica Grande Aliança pela Unidade Nacional (Gana), o empresário Nayib Bukele, de 37 anos, se tornou o presidente mais jovem da História recente de El Salvador. O candidato começou na política há apenas sete anos como prefeito de um esquecido vilarejo produtor de café nos arredores da capital.

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Então fora dos holofotes midiáticos e sem recursos, usou as redes sociais para tornar conhecidos seus trabalhos sociais e culturais. A estratégia penetrou especialmente no eleitorado de menos de 30 anos. Ele ganhou popularidade ao doar seu salário para pagar bolsas de estudo para a população.  Com seu slogan “o dinheiro chega quando ninguém rouba”, Bukele prometeu acabar com a impunidade. Durante a campanha, ele se esquivou de entrevistas e debates.

Durante a campanha eleitoral, Bukele foi assessorado por uma equipe vinculada à oposição da Venezuela, revelou o portal salvadorenho El Faro. A vitória do “outsider” implicou a perda de um dos poucos apoios regionais remanescentes de Maduro na América Latina. O ex-presidente Salvador Sánchez Cerén havia sido um dos quatro líderes, além de Ortega, do cubano Miguel Díaz-Canel e do boliviano Evo Morales, a participar da contestada posse do líder bolivariano em Caracas.

Veto a Honduras

A pressão internacional contra Maduro isolou internacionalmente Ortega, cuja nova rodada de negociações após um ano de protestos não resultou em acordo com opositores. O líder nicaraguense é criticado por reprimir violentamente os manifestantes, prender ativistas e sufocar organizações não-governamentais e veículos de imprensa independente no país, em meio a uma grave crise econômica nacional.

Ao tomar posse em janeiro, o governo do presidente brasileiro Jair Bolsonaro também vetou a presença de Maduro e Ortega. O líder hondurenho Juan Orlando Hernandez confirmou presença em Brasília. A novidade da iniciativa de Bukele é justamente o fechamento das portas para o governo de Honduras, que ascendeu ao poder depois de um golpe contra o então líder Manuel Zelaya.

Zelaya, na época aliado do venezuelano Hugo Chávez, foi retirado do palácio por militares e expulso do país. Na época, os defensores do golpe argumentaram que o presidente violava a Carta do país ao pretender organizar um referendo para aprovar a reeleição, que era proibida pela Constituição hondurenha.

O atual presidente, o conservador Juan Orlando Hernandez, acabou conseguindo uma autorização da Corte Suprema para disputar a reeleição, depois de mudar a composição do tribunal. Sua vitória eleitoral para governar por um segundo mandato, em 2017, foi marcada por denúncias de fraude. Ele também é acusado de reprimir violentamente manifestantes nas ruas e vozes críticas contra si.



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